Serviço Florestal Brasileiro e CNI premiam Estudos de Economia e Mercado Florestal

Um trabalho inédito de valoração da atividade ambiental no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) foi vencedor da 4ª edição do Prêmio em Estudos de Economia e Mercado Florestal, promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Escola de Administração Fazendária (Esaf). O evento de premiação ocorreu na sede da CNI, em Brasília, nesta terça-feira (21), Dia Mundial da Floresta. Ao todo, foram 50 monografias inscritas, sendo 39 na categoria profissional e 11 na categoria graduando. O projeto Contas Econômicas Ambientais de Florestas, desenvolvido por José Sena, técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), propõe a contabilização do que se gasta e se deprecia do capital natural em decorrência da atividade florestal. De acordo com Sena, essa metodologia poderá integrar cálculos para valoração de serviços ecossistêmicos. “Com esse método é possível, por exemplo, avaliar os custos de água nas empresas e, a partir dos valores desses gastos, verificar o volume consumido e o volume em estoque, fazendo uma previsão de tempo da disponibilidade de água”, ilustrou Sena. Outra iniciativa premiada, na categoria graduando, foi Investindo fundos de capital institucional em florestas através das “Timos” (Timberland Investment Management Organization), de Camila Maciel Viana, recém-graduada em Ciências Agronômicas. O trabalho faz uma projeção sobre a gestão de florestas plantadas no Brasil. Hoje, 6% dessas florestas são geridas por timos e, de acordo com Camila, esse modelo de negócio deve crescer significativamente. Timos são processos de investimento no qual os recursos financeiros são oriundos principalmente de grandes investidores institucionais como fundos de pensão, seguradoras, doações de fundações e escritórios familiares. Estímulo a investimentos Na abertura da cerimônia, a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, destacou que o país carece de uma política clara e consistente para o desenvolvimento da indústria florestal e a criação de um ambiente favorável a novos investimentos. “Apesar das exportações de produtos florestais serem significativas no cômputo geral da economia brasileira, ainda não conseguimos transformar nosso diferencial comparativo em diferencial competitivo”, declarou. A participação do Brasil no mercado global de produtos florestais é de cerca de 3%, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O ministro de Meio Ambiente, José Sarney Filho, ressaltou a importância das concessões florestais e projetos de manejo florestal como alternativas sustentáveis à fórmula de comando e controle no combate ao desmatamento. “Isso dá sentido econômico para a floresta, gera emprego e renda e promove a inclusão social”, disse. Participaram ainda da cerimônia de premiação o ex-ministro de Meio Ambiente José Carlos de Carvalho, o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará Filho, o diretor-geral da Escola de Administração Fazendária, Manuel Augusto Alves da Silva, e o gerente-executivo de Meio Ambiente da CNI, Shelley Carneiro. Confira a lista dos trabalhos reconhecidos: CATEGORIA PROFISSIONAL 1º lugar – José Antonio Sena do Nascimento e Geraldo Sandoval Góes Título: Contas Econômicas Ambientais de Florestas-Ceaf: Uma proposta de trajetória metodológica e institucional para aplicação no Brasil. 2º lugar – Kalil Said de Souza Jabour Título: Tratamento tributário de produtos florestais no âmbito do imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) regimes aplicáveis e operações tributadas e desoneradas 3º lugar – Maisa Isabela Rodrigues Título: Análise financeira de investimentos em concessão florestal por meio de métodos determinísticos e estocásticos. Menção Honrosa – Carlos Eduardo Frickmann Young e Marcio Alvarenga Junior Título: Custos e benefícios da implementação de um mercado de cotas de reserva ambiental (CRA) no Brasil. CATEGORIA GRADUANDO 1º lugar – Camila Maciel Viana Título: Investindo fundos de capital institucional em florestas através das timos:conceituação, descrição do processo e cenário das timos no Brasil 2º lugar – Camila de Almeida Martins dos Santos Título: Análise econômica da compensação de reserva legal ambiental por meio de cotas de reserva ambiental: estudo de caso em uma propriedade rural de Brasnorte-MT 3º lugar – Lucas Ayres Costa Título: Uma análise da evolução do consumo e da estrutura de mercado de papel tissue no Brasil. Fonte: Portal da Indústria
Artigo: Construções em madeira e Mudanças Climáticas

Por Ricardo Russo, Analista de Conservação do WWF-Brasil Há alguns anos, setores da política, da economia e da ciência mundial vêm se debruçando sobre a questão das severas alterações ambientais que ocorrem na Terra e acenam para um desastre ecológico nos próximos anos. Já não se pode discutir se as mudanças climáticas geradas pela emissão de gás carbônico na atmosfera vão ou não acontecer, mas sim quais as providências que teremos de tomar para reduzir os efeitos do aquecimento global provocados por essas emissões sobre o nosso planeta. A construção civil é uma das atividades humanas que mais consome recursos naturais. Estima-se que entre 40% e 75% dos recursos existentes são consumidos por esse setor no mundo. Só no Brasil, a construção gera cerca de 25% do total de resíduos da indústria e 60% do lixo sólido das cidades. Em relação às emissões de carbono, a cadeia produtiva da construção também tem grande peso. Segundo a UNEP (United Nations Environment Programme), as edificações respondem por 40% do consumo global de energia e por até 30% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEEs) relacionadas ao consumo de energia. Por outro lado, temos no Brasil, segundo dados veiculados pelo Valor Econômico, em outubro de 2014, um déficit de 6 milhões de moradias, déficit que deverá chegar a 24 milhões em 2014, exigindo um investimento na faixa dos R$76 bilhões ao ano para acompanhar essa demanda por habitações descentes para a população. Dessa forma, a construção civil terá que colocar em sua agenda as mudanças tanto no processo de concepção e implementação de edifícios, bem como na operação desses empreendimentos. A era do desperdício se encerrou. Precisamos evoluir para construções mais limpas, que utilizem matérias-primas renováveis e materiais atóxicos e que, ao mesmo tempo, levem em consideração a gestão de resíduos e a eficiência no uso dos recursos naturais, água e energia, além da urgente redução de emissões de CO2. A opção por sistemas construtivos em madeira, com destaque para aqueles com alta tecnologia embarcada, é a opção que mais responde a essas necessidades. Além dessa capacidade de armazenar o carbono absorvido pela árvore, a madeira é o material com menor energia embutida. Segundo a pesquisadora Christine Laroca, a madeira serrada traz embutida em cada metro cúbico produzido, 350 KWH, ao passo que o cimento embute 1750 KWH por cada metro cúbico. O gráfico abaixo, produzido pela Tecverde apresenta o comparativo de conservação de recursos naturais na comparação de uma obra em woodframe e uma construção em aço. Dessa forma, é preciso romper o preconceito que foi criado em torno das construções de madeira e efetivamente especificar e pedir que seja especificada a madeira em obras públicas e privadas. O WWF produziu uma série de cinco vídeos curtos que respondem, de forma geral, as principais questões sobre o uso da madeira na construção e que se encontram disponíveis em www.wwf.org.br/madeiraelegal. O governo brasileiro apresentou em dezembro de 2008 o Plano Nacional sobre Mudança do Clima em cerimônia no Palácio do Planalto, que visa incentivar o desenvolvimento e aprimoramento de ações de mitigação no Brasil, colaborando com o esforço mundial de redução das emissões de gases de efeito estufa, bem como objetiva a criação de condições internas para lidar com os impactos das mudanças climáticas globais (adaptação). Assumimos compromissos de redução de emissões nas últimas COP’s. A construção civil está no foco e pode dar mais soluções do que imagina; e a adoção de sistemas em madeira pode ser uma das respostas.
Websérie: “Tudo o que você queria saber sobre madeira”

Série de vídeos produzidos pelo WWF-Brasil buscam desmistificar alguns pré-conceitos em relação ao uso sustentável da madeira na construção civil. Por Assessoria de Comunicação Cipem-MT A websérie “Tudo o que você queria saber sobre madeira” é formada por cinco vídeos, voltados ao público não especializado, com o objetivo de esclarecer as vantagens do uso responsável da madeira certificada na construção covil. Os vídeos, produzidos pelo WWF-Brasil, mostram, por exemplo, que utilizar madeiras em obras não é mais caro e que, ao contrário do que a maioria imagina, estruturas de madeira não queimam mais fácil. Utilizada da maneira adequada nos sistemas construtivos, a madeira pode ajudar na gestão e conservação das florestas brasileiras; auxilia na manutenção da biodiversidade; gera benefícios econômicos; e é uma ferramenta de equilíbrio ambiental no combate aos prejuízos causados pelas mudanças climáticas, já que a madeira estoca carbono que seria lançado na atmosfera e agravaria os problemas climáticos existentes hoje. Segundo a U.S. Energy Information Administration (EIA), órgão estadunidense que trata de políticas energéticas, o setor da construção civil, no mundo inteiro, consome cerca de 40% da energia elétrica gerada em todo o planeta. Outros dados estimam que este mesmo setor gera 60% de todo o lixo sólido do mundo e 47% das emissões de gases de efeito estufa da Terra. Diminuir essa demanda de consumo de energia e de geração de lixo e de emissões contribui com a saúde de nosso planeta e com a manutenção da vida na Terra. A madeira reduz o tempo de construção das obras, promove a diminuição de resíduos nos canteiros e dá um efeito visual diferenciado às estruturas que compõe. Ela também é um material mais leve, de fácil manuseio e totalmente reaproveitável. Os vídeos, que disponibilizamos a seguir, podem ser vistos também no recém-lançado site do Programa Madeira Legal , um protocolo de intenções, assinado por 26 instituições do país que busca incentivar o uso da madeira certificada na construção civil brasileira. Confira os vídeos e compartilhe essa ideia! Por que usar madeira na construção civil? É mais caro construir com madeira? Dá pra fazer grandes obras em madeira? Construções de madeira precisam de mais manutenção e pegam fogo mais fácil? Dá pra usar madeira e mesmo assim conservar a Amazônia? Com informações da WWF-Brasil