Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal enfatiza a importância das Normas Técnicas para o setor da Construção Civil

Em função da agilidade com que o setor da construção civil avança em técnicas e tecnologias, tanto em relação a materiais quanto para aos métodos construtivos, as normas técnicas que o regem necessitam ser constantemente revisadas, atualizadas e aprovadas pelo sistema ISO (Organização Internacional para Padronização), que é a entidade que congrega órgãos de normatização de dezenas de países, como por exemplo, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para entendermos melhor, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a entidade responsável pela elaboração de regras e pré-requisitos padrões que os processos e produtos de uma determinada cadeia produtiva devem obedecer para que a entidade garanta a certificação, principalmente pelos órgãos e entidades financiadoras. A sua adoção é voluntária, porém, a não adoção pode excluir a indústria do rol de compradores, uma vez que os processos de certificação estão vinculados a essas normalizações. Como é de conhecimento, o Programa “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) é o maior programa habitacional do Brasil, com forte aporte de investimentos públicos através da Caixa Econômica Federal. Este programa levou ao estabelecimento de padrões de qualidade, que atendem, principalmente, as moradias de caráter social, permitindo o acesso à casa própria para famílias de renda baixa e média. Um acordo setorial que uniu a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a CEF (Caixa Econômica Federal) e o Ministério das Cidades, para aperfeiçoar o PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat), que é pré-requisito para as empresas construtoras aprovarem projetos junto à Caixa Econômica Federal, para participarem do programa “Minha Casa, Minha vida”, prevê, como condição para contratação, uma correlação entre os níveis de certificação da empresa e o número de unidades que podem ser financiadas pelo programa. Para participar desse mercado, existe um modelo de acompanhamento, o SIAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras) e tem por base as normas da ISO. Com isto, empresas de construção civil estão sendo obrigadas a comprovarem padrões de qualidade e o cumprimento às normas à medida em que crescem. Esse sistema busca contribuir para a elevação dos patamares de qualidade do setor, visto que as empresas que desejam participar do Programa MCMV passam por análises de crédito rigorosas junto ao Banco da Caixa, que em sua avaliação de riscos de aplicações, e posterior aprovação de financiamento, utiliza como base as normas técnicas da ABNT. Diante desse quadro, o Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal – FNBF está empenhado em acompanhar os movimentos das revisões e na construção de Normas da Construção Civil, para que os produtos da cadeia produtiva florestal também estejam inseridos e assim, posteriormente, o setor venha a adotar as práticas estabelecidas, expandido sua fatia de mercado. Atualmente, a ABNT possui comissões de estudo que carecem de conhecimento pertinentes ao uso da madeira nativa na construção civil, que podem ser enriquecidas com a participação do FBNF, agregando ainda mais na estruturação destas normas. São elas: ABNT/CB-002/CE 002 126 011 “Sistemas Construtivos Wood Frame ABNT/CB-002/CE 002 126 010 “Estruturas de Madeira” Além disso, fora do âmbito da construção civil, a ABNT está revendo outras normas técnicas de interesse, com destaque para a Comissão de Estudo Especial (ABNT/CEE-103), criada mediante a demanda de normalização no campo de Manejo Florestal. O presidente do FNBF Geraldo Bento solicita aos associados que contribuam com as comissões em andamento para que o processo atenda a necessidade do setor de construção aliado a utilização consciente da madeira nativa tornando as edificações mais sustentáveis. Por fim, a participação dos envolvidos direta ou indiretamente com a cadeia produtiva da base florestal devem contribuir para o aprimoramento das normas em geral. O FNBF sugere o apoio dos interessados para obter êxito de forma criteriosa na elaboração das normas técnicas, focando a eficácia das mesmas no contexto geral. Laíza Taineli – Publicitária 

FNBF apoia evento que vai discutir inovação para a cadeia da construção em madeira

Acontece de 10 a 12 de junho, em São Paulo-SP, o evento Ideias Inovadoras para a Cadeia da Construção em Madeira, que abordará os principais aspectos da cadeia construtiva e envolverá os setores que podem fazer a diferença nesse processo. O evento está sendo organizado pelo Núcleo da Madeira e conta com apoio de diversos parceiros, entre eles, o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), entidade que reúne 24 entidades, sediadas no Acre, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rondônia e Roraima, representando mais de 3.500 empresas associadas. A programação do evento inclui um amplo ciclo de palestras e debates com o objetivo de gerar subsídios para a aceleração dos processos de homologação e aceitação da madeira como um material tecnologicamente avançado, sustentavelmente otimizado e com características únicas, que precisam ser difundidas. Dividido em 5 módulos temáticos, durante os três dias, o evento busca estabelecer conexões para que cada segmento da cadeia produtiva possa compreender as necessidades do conjunto, otimizando seus processos de produção e dimensionando seu mercado. Segundo o Núcleo da Madeira, a diversidade é a tônica desse evento que “almeja a ampliação do debate e a construção de uma cultura industrial que faça sentido à realidade brasileira e coloque o país em uma posição competitiva com as grandes mudanças, que já acontecem nos países altamente industrializados, porém sem o enorme potencial de recursos florestais que o Brasil possui”. Mais informações e inscrições estão no site do evento Ideias Inovadoras para a Cadeia da Construção em Madeira. Sobre o Núcleo da Madeira O Núcleo de Referência em Tecnologia da Madeira, ou apenas Núcleo da Madeira, é uma iniciativa sem fins lucrativos de representantes de diversos setores da cadeia construtiva da madeira com os objetivos de: divulgar e demonstrar a viabilidade do uso intensivo, sustentável e nobre da madeira na construção; dar suporte aos processos industriais que tornam a madeira um dos mais versáteis materiais; demonstrar a contemporaneidade da madeira; estabelecer uma cadeia construtiva sustentável para a madeira. Daniela Torezzan – Assessoria de Imprensa do FNBF (com informações do Núcleo da Madeira)

COMUNICADO sobre Operação Arquimedes

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), entidade representativa do setor de base florestal nativa, que congrega 24 entidades sediadas em diversos estados brasileiros, representando mais de 3.500 empresas associadas, tendo em vista a deflagração da Operação Arquimedes, pela Polícia Federal, manifesta-se, publicamente, nos seguintes termos: – Sem pretender fazer nenhum pré-julgamento dos fatos e das pessoas citadas nas notícias veiculadas pela mídia, os quais estão sendo objeto dessa investigação, esclarece que esta entidade é totalmente favorável a qualquer operação policial, bem como ações do poder judiciário as quais visem coibir, reprimir e punir a prática de ilícitos florestais, fazendo valer a legislação ambiental e outras, aplicáveis às atividades florestais. – O impacto da ilegalidade no setor florestal é imenso sob todos os aspectos, pois prejudica toda a cadeia de produção madeireira, a começar pelo próprio meio ambiente, que sofre as nefastas consequências da agressões causadas pela exploração ilícita, feita em desacordo com as regras da conservação e manutenção dos estoques florestais, já que desrespeita as próprias regras do Manejo Florestal, colocando em risco a sustentabilidade da atividade e, em consequência, do próprio setor florestal brasileiro. – Em segundo plano, a exploração ilegal de madeira prejudica a própria economia nacional, já que a ilegalidade induz à competição desleal, prejudicando, primeiramente, as pessoas e empresas que desenvolvem a atividade de acordo com a legislação e cumprem as suas obrigações ambientais e tributárias, arcando com todos os custos, o que não ocorre em relação às empresas que desenvolvem a atividade de maneira clandestina. Dessa forma, a atividade madeireira ilegal diminui o acesso ao mercado consumidor dos produtos legais, reduzindo a arrecadação de impostos. – Além disso, a exploração florestal ilícita impacta, diretamente, a imagem do setor florestal como um todo, o qual acaba, de maneira generalizada, sendo taxado como ilegal. Com isso, toda a cadeia de produção madeireira sofre os impactos negativos das notícias e da exploração ilegal de madeira. Dessa forma, o FNBF apoia as operações desenvolvidas no sentido de combater as atividades ilegais, ressaltando sempre a necessidade da eficiência, transparência e celeridade das investigações, bem como à punição exemplar dos eventuais responsáveis, evitando-se excessos, que possam acabar prejudicando ainda mais a imagem do setor. Brasília, 25 de abril de 2019. Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal – FNBF

14 de abril – Dia Nacional da Conservação do Solo

O Dia Nacional da Conservação do Solo é comemorado, anualmente, no Brasil em 15 de abril. A data foi oficializada através do decreto de lei nº 7.876, de 13 de novembro de 1989, por uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A escolha do dia 15 de abril é uma homenagem ao conservacionista norte-americano Hugh Hammond Bennett (1881 – 1960), considerado o “pai da conservação do solo” nos Estados Unidos e um modelo a ser seguido por outras gerações e nações. O objetivo da lembrança proposta pela data é incentivar um pensamento crítico sobre a importância da correta utilização do solo, como um recurso natural importante para a manutenção da vida, incluindo a produção de alimentos. Para isso, mensagens que falam do combate ao que provoca a poluição do solo e formas de conservá-lo são pontos bastante debatidos neste dia. Segundo Relatório de 2016 do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) com participação da Embrapa Solos, 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. Entre outros prejuízos, como selamento da terra – que agrava as enchentes – e perda de fertilidade, os solos degradados captam menos carbono da atmosfera, interferindo nas mudanças climáticas. Por outro lado, quando gerido de forma sustentável, o solo pode desempenhar um papel importante na diminuição das alterações climáticas, por meio do sequestro de carbono e outros gases de efeito estufa. Portanto, o Dia Nacional da Conservação do Solo é uma oportunidade para rever conceitos e avaliar as práticas de uso do solo. O setor de base florestal brasileiro reconhece a importância do solo no desenvolvimento das florestas, que servem de abrigo e alimento para várias espécies de plantas e animais. Por isso, trabalha para conservar a florestas e todos os seus recursos naturais, incluindo a manutenção dos serviços ambientais. Daniela Torezzan – Assessoria de Imprensa do FNBF

Serviço Florestal Brasileiro e CNI premiam Estudos de Economia e Mercado Florestal

Um trabalho inédito de valoração da atividade ambiental no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) foi vencedor da 4ª edição do Prêmio em Estudos de Economia e Mercado Florestal, promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Escola de Administração Fazendária (Esaf). O evento de premiação ocorreu na sede da CNI, em Brasília, nesta terça-feira (21), Dia Mundial da Floresta. Ao todo, foram 50 monografias inscritas, sendo 39 na categoria profissional e 11 na categoria graduando. O projeto Contas Econômicas Ambientais de Florestas, desenvolvido por José Sena, técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), propõe a contabilização do que se gasta e se deprecia do capital natural em decorrência da atividade florestal. De acordo com Sena, essa metodologia poderá integrar cálculos para valoração de serviços ecossistêmicos. “Com esse método é possível, por exemplo, avaliar os custos de água nas empresas e, a partir dos valores desses gastos, verificar o volume consumido e o volume em estoque, fazendo uma previsão de tempo da disponibilidade de água”, ilustrou Sena. Outra iniciativa premiada, na categoria graduando, foi Investindo fundos de capital institucional em florestas através das “Timos” (Timberland Investment Management Organization), de Camila Maciel Viana, recém-graduada em Ciências Agronômicas. O trabalho faz uma projeção sobre a gestão de florestas plantadas no Brasil. Hoje, 6% dessas florestas são geridas por timos e, de acordo com Camila, esse modelo de negócio deve crescer significativamente. Timos são processos de investimento no qual os recursos financeiros são oriundos principalmente de grandes investidores institucionais como fundos de pensão, seguradoras, doações de fundações e escritórios familiares. Estímulo a investimentos Na abertura da cerimônia, a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, destacou que o país carece de uma política clara e consistente para o desenvolvimento da indústria florestal e a criação de um ambiente favorável a novos investimentos. “Apesar das exportações de produtos florestais serem significativas no cômputo geral da economia brasileira, ainda não conseguimos transformar nosso diferencial comparativo em diferencial competitivo”, declarou.  A participação do Brasil no mercado global de produtos florestais é de cerca de 3%, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O ministro de Meio Ambiente, José Sarney Filho, ressaltou a importância das concessões florestais e projetos de manejo florestal como alternativas sustentáveis à fórmula de comando e controle no combate ao desmatamento. “Isso dá sentido econômico para a floresta, gera emprego e renda e promove a inclusão social”, disse. Participaram ainda da cerimônia de premiação o ex-ministro de Meio Ambiente José Carlos de Carvalho, o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará Filho, o diretor-geral da Escola de Administração Fazendária, Manuel Augusto Alves da Silva, e o gerente-executivo de Meio Ambiente da CNI, Shelley Carneiro. Confira a lista dos trabalhos reconhecidos: CATEGORIA PROFISSIONAL 1º lugar – José Antonio Sena do Nascimento e Geraldo Sandoval Góes Título: Contas Econômicas Ambientais de Florestas-Ceaf: Uma proposta de trajetória metodológica e institucional para aplicação no Brasil. 2º lugar – Kalil Said de Souza Jabour Título: Tratamento tributário de produtos florestais no âmbito do imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) regimes aplicáveis e operações tributadas e desoneradas 3º lugar – Maisa Isabela Rodrigues Título: Análise financeira de investimentos em concessão florestal por meio de métodos determinísticos e estocásticos. Menção Honrosa – Carlos Eduardo Frickmann Young e Marcio Alvarenga Junior Título: Custos e benefícios da implementação de um mercado de cotas de reserva ambiental (CRA) no Brasil. CATEGORIA GRADUANDO 1º lugar – Camila Maciel Viana Título: Investindo fundos de capital institucional em florestas através das timos:conceituação, descrição do processo e cenário das timos no Brasil 2º lugar  – Camila de Almeida Martins dos Santos  Título: Análise econômica da compensação de reserva legal ambiental por meio de cotas de reserva ambiental: estudo de caso em uma propriedade rural de Brasnorte-MT 3º lugar – Lucas Ayres Costa Título:  Uma análise da evolução do consumo e da estrutura de mercado de papel tissue no Brasil. Fonte: Portal da Indústria

Ministro Sarney Filho recebe representantes do setor de base florestal do Pará

Por Assessoria de Comunicação FNBF Um grupo de representantes do setor de base florestal do estado do Pará, bem como do Poder Executivo, com apoio do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), se reuniu com o Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, para discutir, entre outras pautas, a regulamentação do processo de bloqueio e desbloqueio das empresas, que tem gerado inúmeros prejuízos às indústrias e desestabilização do mercado. O encontro, realizado no último dia 12, foi solicitado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), em articulação com os representantes do setor. Estiveram presentes na reunião a presidente em exercício do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano Evaristo; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do estado do Pará (Sedeme-PA), Adnan Demachki; o secretário de estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas-PA), Luiz Fernandes Rocha Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor), Thiago Valente Novaes; o superintendente executivo do FNBF, Valdinei Bento dos Santos e representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Desde o início do encontro o Ministro reconheceu a importância do setor de base florestal no combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, que teve um aumento considerável nos últimos dois anos, e confirmou a intenção de diálogo permanente com o setor. Segundo ele, o combate estrutural ao desmatamento é feito através da valorização de alternativas econômicas sustentáveis, como as atividades do setor de base florestal, que permitem, ao mesmo tempo, conservar e produzir. “Agora nós temos recompostas as finanças do Ibama e estamos trabalhando também no aprimoramento tecnológico do órgão. Essa discussão é importante para que a gente possa se alinhar nessas melhorias e no processo de valorização da legalidade no setor florestal. Precisamos pensar juntos a sustentabilidade do setor e fortalecer a parceria para acabar com o desmatamento ilegal”, reforçou Sarney Filho. Nesse sentido, o primeiro ponto de pauta foi a criação de um Grupo de Trabalho (GT) permanente para discutir questões ambientais do estado do Pará. O FNBF fará parte do GT representando o setor florestal. Para que ele seja instituído faltam apenas duas indicações que devem ser encaminhadas em breve. Bloqueio e desbloqueio das empresas pelo Ibama De acordo com os representantes da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), o setor de base florestal no estado está entrando em solvência. Muitas empresas estão encerrando suas atividades e outras já demitiram boa parte dos funcionários. O maior problema é que quando o Ibama bloqueia um plano de manejo, hoje em dia, ele bloqueia totalmente também a empresa que comprou o plano de manejo, o que equivale a um embargo da empresa. Por isso, uma das pautas mais importantes do setor é a regulamentação do processo de bloqueio e desbloqueio de empresas, prevendo o bloqueio parcial e, quando necessário, procedimento para agilizar o desbloqueio. O Presidente da Aimex, Carlos Roberto Pupo, fez uma retomada histórica da indústria do setor florestal no Brasil e chamou atenção para o fato de que, hoje, esta indústria é a única no país que está totalmente ligada e é gerida pela pasta de meio ambiente. “No Brasil, quem legisla sobre o manejo florestal é o Ibama, e quem legisla sobre como a indústria florestal funciona também é o Ibama. Isso prejudica o crescimento do setor, que tem necessidades específicas enquanto indústria”, afirmou Pupo. Ele lembrou que o bloqueio de uma empresa é uma atitude extrema, um último recurso no caso de irregularidade. No entanto, em sua opinião, a medida que deveria ser exceção está sendo utilizada sem controle, gerando prejuízos e centenas de desempregos na região. “As indústrias estão dentro da legalidade, tem plano de manejo e todas as exigências, aí chega o Ibama e bloqueia. E para desbloquear é a maior dificuldade! Do jeito que as coisas estão, me parece que o recado é para que a gente não invista mais e feche logo as portas. Não existe a menor condição de as coisas continuarem assim!”, destacou o empresário. “Nós contribuímos muito com a economia e com a conservação da floresta no Brasil. Nossa indústria precisa ser tratada com mais respeito. É preciso rever o procedimento do bloqueio e, principalmente, agilizar o procedimento de desbloqueio quando se identifica e resolve o problema. Atualmente, não vejo nenhuma indústria que consegue ser desbloqueada em menos de 45 dias. É um absurdo uma empresa ficar mais de um mês parada porque o processo não anda!”, desabafou. O caso do empresário Idacir Peracchi é ainda mais grave. Ele se emocionou ao contar que uma de suas empresas foi bloqueada e multada por causa de um auto de infração gerado a partir do registro errado da placa de um caminhão por parte do funcionário do Ibama. Outra de suas empresas está bloqueada a mais de 80 dias e o processo de desbloqueio não anda. “Falta muito respeito por nós. Eu já fechei uma empresa por causa disso e tive que demitir mais de 100 funcionários. Nossas empresas são legalizadas e corretas. Só queremos poder trabalhar!”, concluiu emocionado. Já a advogada que representa as empresas do município de Novo Progresso, Bárbara Rufino, contou que na região existem empresas bloqueadas desde o mês de julho de 2016 e que o processo, cuja jurisdição é na Gerência do Ibama de Santarém (oeste do estado) não caminha. “Os empresários estão em via de falência. Alguns estão pagando multa diária de 200 dólares por metro cúbico de madeira, com produto parado no porto. A gente precisa de uma resposta. Quem paga essa conta, afinal?”, frisou a advogada. O presidente do FNBF, Geraldo Bento, cobra a resolução da questão. “É inadmissível que a má condução das questões ambientais continue impedindo a produção e comercialização dos produtos florestais no Brasil. Precisamos que os líderes dos órgãos responsáveis, ao invés de justificar os problemas atuais remetendo a culpa às gestões anteriores, encontrem soluções que resolvam definitivamente esse engessamento contínuo do setor de base florestal. Basta!”, reforçou. Sarney Filho se mostrou solidário ao que ele

Líderes florestais questionam insegurança jurídica do MMA

No último dia 29 de agosto líderes do segmento industrial florestal do país se reuniram com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) com o propósito de discutir a legislação ambiental, os procedimentos legais e a forma de ação adotada pelos órgãos competentes, o que tem causado grande insegurança jurídica à economia da madeira. O encontro foi solicitado pelo Estado do Pará. Para o presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará  (AIMEX), Roberto Vergueiro Pupo, “a insegurança jurídica imposta ao setor nos últimos anos vem prejudicando sobremaneira a continuidade da atividade e essa situação está no limite. Não é possível admitir que ações mal conduzidas coloquem em cheque a idoneidade de empresas sérias tradicionais que há décadas vem contribuindo com a geração de empregos e divisas no Estado do Pará aliando essa premissa ao compromisso em manter a floresta viva para assegurar o bem estar das futuras gerações, o que também perpetua o negócio florestal, afinal de onde poderia vir a matéria prima que abastece as indústrias se não fosse das florestas? Isso só é possível por meio da prática do manejo florestal sustentável. O problema está afetando inclusive as áreas de concessão florestal”, desabafou, questionando. O presidente da AIMEX também observou que é importante para o setor que haja fiscalização. “A fiscalização nos legitima como agentes dentro de uma atividade. Esta fiscalização deve ser inteligente e realizada utilizando a legislação e as medidas certas, de forma clara e com bom senso, tendo em vista que o meio ambiente é um direito difuso. Os agentes de fiscalização de meio ambiente têm em suas mãos alguns instrumentos extremamente poderosos e extremos como o bloqueio de atividade empresarial, que somente deve ser utilizado quando o meio ambiente estiver correndo o risco direto de ser afetado”, explicou Pupo. Essa reunião é resultado do primeiro encontro realizado na semana passada, oportunidade em que o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, recebeu empresários, lideranças representativas do segmento e autoridades do parlamento relatando os transtornos envolvendo o processo fiscalizatório desempenhado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no setor florestal paraense e em todo território nacional. Na pauta ainda o fator emergencial que trata do bloqueio de 14 indústrias sem comprovação de dolo. Dentre as empresas bloqueadas estão a Tramontina e a Lamapa, as maiores do Estado do Pará. “Bloquear é muito rápido e pode ser feito por qualquer um, porém, o desbloqueio é extremamente complexo e demasiadamente moroso”, Presidente da Unifloresta – Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia, Hélio Oliveira Pinto. Durante a audiência foi proposta pelo setor florestal a criação de um Grupo de Trabalho (GT) que promoverá diálogo técnico. Em 31 de agosto o Ministério do Meio Ambiente publicou a portaria com a criação do Grupo composto por representantes das entidades: diretorias de Proteção Ambiental e de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Ibama; Secretaria da Biodiversidade e Florestas; Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Pará; Câmara dos Deputados; Senado Federal; Assembleia Legislativa do Pará e Fórum Nacional de Base Florestal. Geraldo Bento, presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Floresta (FNBF), chama atenção para o fato de que o Ibama não utiliza a mesma presteza em solucionar mal entendidos que muitas vezes são causados por ele mesmo, “o Ibama poderia ter a mesma agilidade em corrigir normativas não condizentes com a realidade quanto à que utiliza para promover embargos sem a mínima preocupação. O impacto que suas ações causarão na sociedade em geral como desemprego em massa, prejuízos de grande monta que não mais serão recuperados pelos industriais devem ser observados. A exemplo, a IN 21/2014 que, mesmo tendo uma determinação do Ministério do Meio Ambiente para promover as adequações trazidas com a publicação da Resolução Conama nº 411/2009, ainda não foi realizada a mudança e não bastasse, os agentes fiscalizadores continuam utilizando esse instrumento para promover apreensões indevidas em todo território nacional”.. O superintendente executivo do FNBF Valdinei Bento do Santos enalteceu a presença do Governo ao defender o setor produtivo florestal, “Esse sem dúvida é um bom exemplo de apoio a quem de fato movimenta a economia e cuida da sociedade, encontrar em uma reunião tão relevante para estado e sociedade, secretário de meio ambiente e secretário de desenvolvimento econômico apoiando a iniciativa florestal é louvável, bom seria se os demais estados seguissem esse exemplo”. Também estiveram presentes na reunião senador Flexa Ribeiro, deputados federais Hélio Leite e Nilson Pinto, estaduais Sidney Rosa, Cássio Andrade, que arduamente apoiam o desenvolvimento sustentável do setor de base florestal.  

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