As riquezas da floresta além da utopia

Viabilizar a exploração legal da floresta, com uso de critérios técnicos e sustentáveis, é a melhor forma de gerar emprego e renda para a população que vive nas regiões mais afastadas dos grandes centros populacionais do Brasil. Dados do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) mostram que cerca de 500 mil trabalhadores estão ocupados em alguma atividade ligada ao setor de base florestal. Somente na produção em floresta nativa são quase 12 mil postos de trabalhos formais. Levantamento sobre as exportações em 2020 aponta que os produtos florestais movimentaram US$ 11,4 bilhões, a terceira maior receita no ranking dos produtos agropecuários, ficando atrás somente do complexo de soja e de carnes. O mais importante, porém, está no potencial ainda a ser explorado. Cerca de 40% das florestas tropicais do mundo estão em território brasileiro, mas somente 10% da produção mundial vêm dos nossos recursos e destes 10% que produzimos, somente 3% são exportados. Leia também: Setor de base florestal apoia luta contra o aumento das custas processuais Essa introdução numérica é apenas para mostrar como é possível aliar floresta com desenvolvimento sustentável, visto que os números acima representam o mercado formal e legal dos produtos florestais. Isso é, tudo aquilo que é produzido em acordo com a legislação ambiental e trabalhista vigente e com as devidas tributações. O que precisamos combater é o ilegal, o crime ambiental, não os meios corretos que congregam conservação com geração de riquezas. O desmatamento ilegal, as queimadas, a exploração mineral e as mudanças climáticas se tornaram pauta cotidiana nos noticiários do país e do mundo de forma unilateral, sem trazer ao conhecimento popular as formas adequadas e sustentáveis de explorar os recursos naturais. Somente um lado é abordado, como se todos os integrantes da cadeia produtiva, do empresário ao picadeiro, atuassem na marginalidade no sistema. Infelizmente, a utopia do mundo ideal, em que as riquezas advêm da natureza sem que haja qualquer impacto, ainda permeia o imaginário de parte da sociedade. Essa busca paralela à realidade é alimentada justamente pela falta de conhecimento real sobre a vida das pessoas e da economia nas regiões florestais. Assim como nos grandes centros urbanos, essas populações buscam mais qualidade de vida e precisam de recursos financeiros para o sustento de suas famílias e acesso a serviços e produtos. E isso é justo e possível. Atualmente existem meios de exploração florestal que são sustentáveis em todos os aspectos: ambiental, social e econômico, como o manejo florestal sustentável. Esse método de exploração dos recursos florestais, quando certificado, garante que a floresta é manejada de forma responsável, em acordo com os princípios e critérios técnicos, e pode ser adotado tanto para produtos madeireiros quanto para os não madeireiros. Além disso, o manejo florestal é a melhor forma de rastrear a produção, atestando a origem desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao consumidor final. Assim, onde há manejo florestal, as autoridades têm total controle das atividades, com acesso a imagens detalhadas, rastreabilidade dos produtos coletados e ainda há a identificação dos produtores responsáveis pelo plano, possibilitando punir em casos de irregularidades, intencionais ou não. A atuação legal do setor florestal tem foco nos mercados formais, nacionais e internacionais, que se mostram cada vez mais exigentes e preocupados com a origem dos produtos que ofertam aos clientes. É por isso que o combate aos crimes ambientais não é só uma questão de princípio, é também de interesse econômico do setor. Primeiro, porque o desmatamento ilegal condena o futuro da atividade. Ao abrir grandes áreas de forma desordenada, retira-se da mata árvores imaturas, sem valor comercial e ainda impede que a renovação florestal seja efetivada. Outro grande problema para a economia é o comércio paralelo. Os produtos de origem ilegal são vendidos por preços abaixo do valor de mercado, gerando uma concorrência desleal, e ainda colocam em risco a credibilidade do produto florestal brasileiro. O setor formal e legalizado das atividades de base florestal está à disposição para trabalhar em conjunto com a sociedade em busca de desenvolvimento econômico e social e preservação ambiental. Frank Rogieri de Souza Almeida – Presidente do Fórum Nacional das Atividades Florestal, empresários e produtor de madeira nativa

Setor de base florestal apoia luta contra o aumento das custas processuais

O Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), juntamente com outras entidades representantes dos setores produtivos e da sociedade civil, manifestou ser contrário ao aumento das custas judiciais em Mato Grosso. O reajuste é considerado abusivo pela Ordem dos Advogados Seccional de Mato Grosso (OAB-MT) e poderá inviabilizar o acesso à Justiça por parte da população. Os valores cobrados foram atualizados por meio da Lei 11.077/2020 e entraram em vigor em janeiro deste ano. Porém, de acordo com a OAB-MT, a nova tabela incide principalmente na distribuição de ações em geral na 1ª instância, custas para homologação do acordo no Cejusc, Recursos Originários de 1º Grau, Agravo de Instrumento e Feitos na Competência Originária do Tribunal e pode inviabilizar que parte da população dê entrada em processos judiciais. Leia também: UPF: Sefaz confirma a Fiemt que vai mudar índice que reajusta impostos e multas em Mato Grosso O presidente do Simenorte e do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogieri de Souza Almeida, afirmou o compromisso nas duas entidades na luta pela revisão do aumento, sobretudo em um momento de crise econômica. “Estamos em um momento delicado da economia, muitos trabalhadores estão tentando retomar seus postos de trabalho e os empresários se organizando para dar continuidade aos negócios. Este aumento inviabilizar o acesso justamente quando muitos precisam recorrer à Justiça para lutar por seus direitos, sejam trabalhistas, fiscais ou empresariais”, afirma Frank Almeida. Além da revogação da Lei 11.077/2020, a OAB-MT também solicitou que as custas dos processos distribuídos em 2020 sejam cobradas de acordo coma tabela anterior. Além do Simenorte e do FNBF, integram a luta pela redução das custas processuais entidades como Fecomércio, Famato, sindicatos rurais e sindicatos de outros setores industriais.

2021, um ano de trabalho e de conquistas

Dar as boas-vindas a um ano nunca foi tão relevante. É verdade que ainda temos muitas dúvidas do que estar por vir, política internacional em processo de realinhamento, teremos mudanças no Congresso e, é claro, as incertezas provocadas pelo covid-19. Mas quero começar falando de conquistas. Apesar das grandes perdas que marcaram 2020 e das crises econômica, social e política, vejo que o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal se estabeleceu enquanto entidade representativa do setor, promoveu discussões internas relevantes e se posicionou sempre que preciso. Por exemplo, lá no começo da pandemia, quando muitos mercados foram fechados e a nossa produção ficou parada, sem ter como ser escoada, o Fórum se articulou politicamente e, com o apoio de outras entidades, conseguimos prorrogar o prazo das licenças de exploração para que os investimentos feitos não fossem perdidos. Logo em seguida, em maio, o Sinaflor foi suspenso a pedido do MPF, deixando milhares de famílias e de produtores madeireiros legais sem poder trabalhar em decorrência de decisões extremistas e sem conhecimento da realidade sobre as atividades sustentáveis florestais. Nos dedicamos integralmente para reverter a situação por meio de seus dirigentes e de todo o corpo técnico que compõe a entidade, com ações políticas e judiciais. Em julho, tivemos uma boa notícia: o Conama aprovou a alteração na Resolução 411/2009 para facilitar e unificar o sistema de nomenclatura, medidas e integração do Sinaflor aos sistemas eletrônicos estaduais. A medida trouxe mais segurança aos produtores, que muitas vezes tinham sua produção indevidamente barrada por incoerências no sistema de identificação. Na reunião realizada pelo Fórum para apresentar o Sinaflor +, em agosto, o Fórum contou com a presença do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que destacou a importância do setor para geração de renda e desenvolvimento da região de floresta. No mês seguinte, participamos da audiência pública realizada pelo STF para discutir as mudanças climáticas e a extinção do Fundo Clima. Em uma apresentação inédita, pude mostrar ao ministro Luís Roberto Barroso o modelo sustentável de exploração florestal adotado pelos empresários e produtores legais na Amazônia Brasileira. Essas ações políticas têm sido fundamentais para apresentar nossa entidade como a representante formal e institucional do setor de base florestal e, com isso, estamos ganhando espaço e lugar de fala nos importantes fóruns de discussão. Este trabalho é feito em paralelo às atividades técnicas, que também foram destaque em 2020. Nos aproximamos do Ibama e dos principais órgãos estaduais de fiscalização, temos participado das reuniões para discutir o aprimoramento do sistema de fiscalização e de rastreabilidade e sempre que um problema é identificado conseguimos atuar de forma rápida para obter informações e prestar esclarecimento aos associados. Tudo isso ainda é só o começo, sabemos disso. Tenho consciência do longo trabalho que temos em busca do reconhecimento da classe e da descriminalização de nossa atividade. Nosso objetivo é mostrar a todos a grandeza de nosso trabalho, nossa importância na geração de emprego e renda no mais profundo interior do nosso país e, acima de tudo, nossa contribuição para conservação da floresta. Quero agradecer aqui a todos os associados pela confiança em nosso trabalho, pela dedicação em buscar soluções junto a nós e por não cessar esforços políticos e financeiros para manter o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal ativo. Agradeço também à nossa equipe técnica e colaboradores que estiveram junto conosco em 2020. Que 2021 seja mais leve, porém tão importante e significativo para nossa entidade quanto foi 2020. Frank Rogieri Souza de Almeida Presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal  

Nota de Esclarecimento

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) informa a todos os associados e comunidade de interesse que a atividade filmada é incorretamente narrada do Ibama, em um vídeo que circula nas redes sociais, se trata de uma ação planejada que consiste na técnica de fogo controlado para limpeza das margens das rodovias. Realizado de forma conjunta, o Ibama, a Polícia Rodoviária Federal e Funai iniciaram o trabalho de queima de materiais combustíveis que ficam às margens das rodovias, como vegetação seca, para evitar a ocorrência de incêndios descontrolados. A técnica é planejada com antecedência por equipes técnicas e adota todas as medidas de segurança disponíveis para controle do fogo e prevenção de acidentes. Leia também: Setor florestal cobra manutenção das estradas no norte de Mato Grosso Com a limpeza das margens da rodovia, os agentes públicos tentam reduzir a possibilidade de que, em caso de incêndio, o fogo atravesse a estrada e atinja uma área ainda maior. Todas essas informações foram fornecidas ao FNBF pelos órgãos responsáveis pela ação. O Fórum reitera seu compromisso com a verdade dos fatos e se coloca à disposição para pesquisar e esclarecer dúvidas de seus associados em caso de conteúdos suspeitos.

Fórum articula reunião entre Ibama e órgãos estaduais

Agenda debateu a integração dos sistemas de Mato Grosso e do Pará ao nacional O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) intermediou uma reunião entre as equipes técnicas do Ibama e das secretarias de Meio Ambiente dos estados de Mato Grosso e Pará nesta quarta-feira (17). Realizada virtualmente, a agenda abordou a integração dos sistemas das secretarias com o órgão nacional para a emissão de licenças e regulamentação dos serviços do setor.   O principal objetivo da reunião foi alinhar os serviços necessários e adequações tecnológicas para que os sistemas dos dois estados sejam integrados ao sistema do Ibama. Para o vice-presidente do FNBF, Murilo Souza Araújo, do Pará , a integração dos sistemas sem tirar a autonomia dos órgãos estaduais, traz transparência para o setor florestal. “Somos um setor profissional, organizado, que precisa desta transparência para mostrar para o mundo, para nossos consumidores finais, a verdade sobre o que acontece na floresta. Por isso a transparência é tão importante”. Leia também: TRF I determina retomada do sistema que regulamenta as atividades florestais Com a unificação das informações advinda dos órgãos estaduais haverá um canal oficial sobre o setor florestal. “Nós, do Fórum, estamos buscando cada vez mais profissionalismo para que a sociedade conheça e saiba diferenciar o empresário que trabalha na legalidade daqueles que são ilegais. Precisamos fortalecer quem respeita lei e assim mostrar aqueles que realmente destroem o meio ambiente, que não possuem certificação, utilizam mão-de-obra escrava”, destaca Murilo. Participaram da reunião os vice-presidentes Murilo Souza, Sérgio Amed, a superintendente Marlova Schmaedecke e o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal Frank Rogieri de Souza Almeida. Uma nova reunião deverá acontecer em 15 dias já com alguns encaminhamentos concluídos e para analisar os próximos passos para efetivar os trabalhos. Atualmente, só faltam Mato Grosso e Pará para concluir o processo de integração dos sistemas.

Produtores florestais brigam pelo direito de trabalhar legalmente

As atividades desenvolvidas de forma sustentável estão impedidas de ser realizadas por decisão judicial. Órgãos e entidades tentam reverter a situação que já provocou prejuízo de R$ 60 mi Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, 05 de junho, produtores da base florestal de 26 municípios iniciaram uma luta na Justiça pelo direito de produzir sustentavelmente na Amazônia. Eles estão há cerca de 15 dias impedidos por uma decisão judicial de emitir notas para comercializar produtos, gerar renda e promover o desenvolvimento na região, prejuízo de quase R$ 60 milhões no período. Somente no ano passado, a atividade movimentou R$ 2,2 bilhões de forma legal e fiscalizada. Buscando a retomada das atividades na região, Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) protocolizou um agravo de instrumento junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª região (TRF 1) solicitando a suspensão da decisão que proibiu a operação do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), principal ferramenta de fiscalização e controle dos produtos florestais. Além do Fórum, a Advocacia Geral da União (AGU) também recorreu da decisão da Justiça Federal por meio de uma suspensão de segurança protocolada no dia 01 de junho. Leia também:  Fórum florestal repudia suspensão do sistema de controle das atividades na Floresta Amazônica Ao todo, cerca de 700 empreendimentos da base florestal estão proibidos de trabalhar desde o dia 22 de maio, quando uma decisão da 7° Vara Federal Ambiental e Agrária da SJAM impediu toda e qualquer movimentação de madeira no sistema Sinaflor/DOF. A medida, que deveria combater o desmatamento ilegal na floresta amazônica, atingiu em cheio a principal atividade econômica formal da região norte. A estimativa, de acordo com a nota técnica do Ibama, é que cerca de 14,3% da Amazônia Legal seja impactada pela decisão, área que movimentou até maio deste ano R$ 646 milhões. Para o presidente do FNBF, Frank Rogieri Almeida, a situação é grave porque coloca em risco milhares de famílias que dependem da atividade para sobreviver e ainda fortalece a atividade ilegal. “As empresas legalizadas estão impedidas de comprar, de vender e transportar qualquer produto de origem florestal e isso afeta toda a cadeia, não se restringe ao manejo ou às serrarias. Vai ter impacto nas indústrias que utilizam matéria-prima para geração de energia, como de carnes e laticínios e na construção civil. Sem falar nos trabalhadores e empresários que estão parados sem poder trabalhar”, avalia Frank Rogieri. De acordo com o presidente do Fórum, não foi considerado que o Sinaflor é utilizado justamente por quem trabalha dentro da legalidade. A nota técnica do Ibama destaca que o impacto negativo sobre o setor madeireiro legal de uma área tão extensa será significativo, e irá enfraquecer a política de desenvolvimento sustentável na região. “Entendemos que devem ser empreendidas ações focalizadas sobre movimentações com indícios de fraudes, que seriam mais eficientes para combater as atividades ilícitas na região”. Em outro trecho, o órgão afirma que combate ao desmatamento ilegal e à exploração ilegal de madeira é essencial para viabilizar a atividade madeireira sustentável, mas que a suspensão generalizada de instrumentos legais não seria o caminho mais adequado. “No entanto, realizar o bloqueio de toda e qualquer movimentação de madeira no Sinaflor irá impactar de maneira direta toda a cadeia legal produtiva de madeira nativa, paralisando as atividades de centenas de empresas que operam legalmente”. O combate de forma errada aos crimes contra o meio ambiente pode provocar efeitos ainda mais graves, como o desabastecimento de mercadorias, empobrecimento da população, incentivo às invasões e desmatamento ilegal e a violência agrária. De acordo com a nota do Ibama, o combate às atividades ilegais é extremamente importante, mas deve ser feito de forma focalizada, sem afetar os empreendimentos legalizados. “É necessário o uso de investigações, cruzamento de dados e atividades de campo para responsabilizar os infratores e desmontar a estrutura da cadeia da madeira ilegal. Bloquear o sistema de controle florestal nos municípios irá impactar negativamente toda a cadeia produtiva legal, prejudicando a execução da Política Nacional de Meio Ambiente e o desenvolvimento sustentável na região” destaca o órgão. Para o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, o setor organizado só tem a contribuir com o combate aos crimes ambientais. “Atuamos pelo desenvolvimento da atividade de forma legal e sustentável com foco nos mercados formais. Sempre estivemos abertos para o debate de políticas públicas viáveis e que promovam as atividades não só do ponto de vista econômico, mas também social e ambiental”.

Fórum florestal repudia suspensão do sistema de controle das atividades na Floresta Amazônica

Decisão atinge somente produtos sustentáveis de origem comprovada O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNFB) repudia a decisão da Justiça Federal de suspender o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), principal ferramenta de fiscalização e controle dos produtos florestais. A decisão provoca a paralisação de todo um setor que trabalha em acordo com a legislação social e ambiental do país e ameaça a principal fonte de renda de inúmeros municípios da Amazônia Legal. O sistema eletrônico do IBAMA de gestão dos recursos florestais integra dados de todos os estados e dos Documentos de Origem Florestal que comprovam a origem sustentável e lícita da madeira nativa extraída de nossas florestas. A suspensão decorre da decisão da Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal, que tem por objetivo evitar o desmatamento, mas favorece exatamente o inverso, pois a atividade ilícita não é incluída no sistema e por isso não será afetada. Tal decisão atinge somente a atividade sustentável e legalizada, causando efeito inverso. O FNFB acompanhará de perto das ações do IBAMA e dos órgãos de controle que buscam reverter a decisão e restabelecer a atividade de base florestal de forma legal no país. Além disso, o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal será assistente neste processo, visto que não é parte no processo. O Fórum lamenta que, enquanto isso, milhares de famílias e de produtores madeireiros legais ficam sem poder trabalhar em decorrência de decisões extremistas e sem conhecimento da realidade sobre as atividades sustentáveis florestais. Entenda o Sistema – Toda madeira legalizada no Brasil obedece a critérios de sustentabilidade, é socialmente justa e economicamente viável. Há duas maneiras de se obter madeira legalizada no país, oriundas de Plano de Manejo Florestal (PMFs) e Plano de Exploração Florestal (PEF). O plano de manejo florestal sustentável (PMF) é uma atividade reconhecida internacionalmente por ser ecologicamente viável que gera emprego e renda e mantem a floresta em pé. Os planos de manejo florestal são controlados e dependentes do Sinaflor. Vale destacar que a madeira brasileira legalizada é exportada e atende a requisitos de rastreabilidade de países como os EUA e os da Europa.

Setor florestal cobra manutenção das estradas no norte de Mato Grosso

As principais vias de escoamento da região norte de Mato Grosso estão em péssimas condições de trafegabilidade e poderão comprometer o escoamento da safra de madeira este ano. O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), que representa cerca de dez entidades mato-grossenses, apresentou as reivindicações ao governo do Estado e aos deputados estaduais e federais em busca de apoio para a recuperação das estradas. No município de Nova Monte Verde (968 km da Capital), a MT-160 está sem manutenção e os caminhões encontram dificuldades para chegar até Apiacás. Em Alta Floresta (803 km de Cuiabá), na MT-208, que dá acesso ao município de Nova Bandeirantes, o problema é a falta de manutenção nas pontes que, mesmo após ao asfaltamento da via, são de madeiras. O presidente do Fórum, o empresário Frank Rogieri, explica que o setor das atividades de base florestal já atravessam um momento delicado com os impactos da pandemia do novo coronavírus e consequente queda nas exportações e que a situação se complica ainda mais com os problemas que enfrentam para o transporte da safra, que se iniciou em maio. De acordo com o presidente, a manutenção das estradas é de responsabilidade do governo e dos municípios, que recebem os repasses do Fethab para custear os trabalhos. “Precisamos que os deputados e o governo cobrem a realização da manutenção das rodovias estaduais ou enviem mis recursos caso seja necessário. Além do alto custo do transporte, ainda tem a questão da segurança de quem trafega pelas estradas”. Ciclo – A safra da madeira tem início em maio, quando as chuvas na região amazônica reduzem e é possível retirar os produtos das áreas de manejo. Vale destacar que o setor organizado de base florestal atua em acordo com a legislação vigente e cumpre todas as exigências ambientais e sociais, retirando madeira somente das áreas de manejo devidamente licenciadas. Desta forma, o setor contribui para a renovação sustentável da floresta, para a geração de emprego e renda das famílias e com o desenvolvimento da região norte.

Cerca de 200 mil empregos estão ameaçados no norte do país

Indústria de Briquetes - Sinop/MT

O setor de atividades de base florestal está parado há mais de 30 dias e a crise ameaça a safra 2020 de madeira. Com as vendas suspensas e sem perspectivas de retomada do mercado nacional e internacional, o setor da base florestal teme perder a safra 2020 que deveria começar em maio. Pelo menos 200 mil empregos diretos na produção de madeira e de outros produtos florestais decorrentes do manejo florestal sustentável brasileiro estão ameaçados. No norte do país, as indústrias deram férias coletivas ou suspenderam os contratos dos trabalhadores e armazenam os estoques de matérias-primas e produtos finais. O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), entidade que congrega mais de 3 mil empresas de todo o país, busca alternativas para evitar a falência de seus associados. O presidente do Fórum, o empresário Frank Rogieri de Souza Almeida, afirma que o Fórum está se articulando politicamente nas esferas estaduais e nacional para a aprovação de leis que possam reduzir os impactos da crise financeira provocada pelo novo coronavírus. “Estamos nos reunindo para apresentar uma agenda de proposta que possa dar suporte aos projetos de manejo e às indústrias de todo o país. Suspensão de impostos, linhas de crédito e prorrogação de prazos devem ser apresentados como sugestão”, explica Frank Rogiei. Nas indústrias da família Paluchowski, em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá-MT), a alternativa foi recorrer à Medida Provisória (MP) 936 para suspender os contratos de trabalho por 60 dias. “Há 30 dias não embarcamos nada. Nosso pátio tem pelo R$ 1,2 milhão em mercadorias paradas e correndo o risco de estragar e nossos clientes em São Paulo não têm estimativa de quando vão voltar a comprar”, explica Rodrigo Paluchowski, um dos sócios das três indústrias e de dois projetos de manejo da família que atendem o setor da construção civil. Em Santarém (município a 1.376 km de Belém-PA), os 55 dos 75 funcionários do empresário Liceu Veronese receberam férias coletivas. Além de ter as vendas de laminados suspensas, a indústria também deixou de receber pelos produtos já comercializados. “Nossos clientes no sul do país explicam que pararam de receber e não têm como nos repassar os pagamentos. Dia 06 de maio os funcionários deverão voltar, mas não sabemos se retomaremos as atividades ou se teremos que demitir”. O presidente do Fórum Nacional das Atividade de Base Florestal, Frank Rogieri, conta que o mercado opera com cerca de 10% a 15% do volume de vendas registrado em fevereiro e que infelizmente a demissão deverá ser a única a saída para muitas empresas caso o mercado não sinalize abertura. “Se não houver retomada das atividades, não poderemos começar as operações de tora, pois são produtos perecíveis e que não podem ficar parados sem escoamento. Sem matéria-prima não tem produção e as atividades ficam suspensas”. Além de não ter para quem vender, o proprietário de uma fábrica de pisos em Alta Floresta (820 km ao norte de Cuiabá-MT), Leandro Serafim, explica que a indústria estará descapitalizada para iniciar a operação dos projetos de manejo. A fábrica dele operou até esta última semana de abril para cumprir os contratos que já tinham sido faturados agora param em maio. “Nosso faturamento mensal vai cair consideravelmente a partir de maio. Como vamos iniciar os projetos assim?”, questiona o empresário que dará férias coletivas a mais de 100 funcionários. A empresa de Leandro Serafim tem negócios diretos com mais de 35 países. Números – O setor de atividades de base florestal é responsável pela movimentação de 3% do PIB brasileiro e exportou o equivalente a US$ 277 milhões em madeira nativa no ano passado, sem considerar a exportação dos produtos provenientes de floresta plantada. Apesar do número expressivo, o setor tem grande potencial de crescimento. O país possui 40% das florestas tropicais do mundo, mas produz apenas 10% da madeira nativa e a participação no mercado internacional de madeira nativa é de apenas 2%. De acordo com o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), a madeira oriunda de florestas naturais é a principal fonte de arrecadação de recursos e de criação e manutenção de empregos em muitos municípios da Região Amazônica.  

Nota de Esclarecimento

            Diante das notícias veiculadas na imprensa nacional acerca da operação desencadeada na última semana pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no estado do Pará, para combater garimpos ilegais situados em terras indígenas, o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) vem a público esclarecer que: O principal foco da operação promovida pelo órgão ambiental é o combate à exploração ilegal de minério em reservas indígenas; A entidade não compactua com a atuação de madeireiros que insistem em trabalhar à margem da legalidade, ao tempo que esclarece que os envolvidos não são membros associados ao Fórum; Nossa principal bandeira é a colheita, em se tratando da Amazônia, única e exclusivamente, de árvores nativas permitidas por lei, por meio dos Planos de Manejos Florestais Sustentáveis (PMFS) devidamente autorizados pelos órgãos ambientais estaduais e/ou federais, ou originárias de florestas plantadas; Ao cumprir seu mister na defesa e representação do setor de base florestal no Brasil, o Fórum atua desde 1999 na consolidação da atividade de maneira sustentável, com a utilização de técnicas de baixo impacto ambiental, totalmente aceitas pela comunidade científica mundial, cujos benefícios vão desde o favorecimento à regeneração da mata nativa até a aceleração do processo de captura de gás-carbônico da atmosfera; Em que pese o reconhecimento do mercado mundial da construção civil sobre o uso da madeira nativa, sendo este um produto renovável e de baixo impacto ambiental, o Fórum reitera seu compromisso com a manutenção da floresta viva, rechaçando com veemência as ações de pequenos grupos, considerados exceções e que, infelizmente, insistem em tentar manchar a imagem do setor; O Fórum – representado no estado do Pará pelas Associações da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta) e das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Pará (Aimex), além de outras 21 entidades em 10 estados brasileiros – lamenta que, apesar dos imensuráveis impactos negativos ocasionados pela exploração ilegal de minérios, como a contaminação das águas e do solo, a imagem escolhida pelo site globo.com para ilustrar o assunto tenha sido de um caminhão carregado com toras de madeira, sendo este tema secundário; Por último, a entidade ratifica seu posicionamento ao lado da verdade dos fatos, somando-se às autoridades constituídas, nos esforços para o enfrentamento ao novo coronavírus, reiterando seu compromisso inequívoco com a responsabilidade socioeconômica-ambiental do setor de base florestal com o Brasil.   Brasília, 17 de abril de 2020 Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal

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