NOTA DE REPÚDIO

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), entidade nacional representativa do segmento, vem a público manifestar seu repúdio em relação aos fatos ocorridos na manhã (07.07) no interior do estado do Pará, próximo ao município de Altamira, onde uma carreta que transportava veículos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) foi supostamente incendiada. Repudiamos qualquer tipo de violência e somos contrários a quaisquer atos que visem impedir ou dificultar a fiscalização ou monitoramento ambiental, bem como intimidar os agentes que realizam atividades de combate ao desmatamento ilegal. É com tristeza que, infelizmente, ainda vemos tentativas por parte da imprensa de vincular tais atos criminosos às atividades do setor de base florestal. Somos um setor sério, que atua dentro da legalidade e que defende a manutenção da floresta em pé aliada à exploração sustentável de suas riquezas. Reforçamos que não compactuamos com nenhum tipo de crime ou devastação ambiental. Ao contrário, atuamos em parceria com os órgãos ambientais cotidianamente na proposição e implementação de mecanismos de sustentabilidade, considerando às necessidades de desenvolvimento econômico e social em harmonia com o meio ambiente. Repudiamos também a decisão do IBAMA de bloquear todas as empresas florestais da região de Novo Progresso/PA, impedindo assim que exerçam suas atividades. Penalizar todo um segmento, que é sério e que atua na legalidade, não vai resolver o problema e nem ajudar na investigação e identificação dos verdadeiros responsáveis por esses atos. Ao contrário, cria ainda mais tensão, gera prejuízos ao setor, como perda de contratos, atrasos nas entregas de produtos e etc., e sobretudo, prejudica os trabalhadores e suas famílias. Reconhecemos a gravidade da situação e somos totalmente solidários ao IBAMA e seus servidores e agentes, diante deste suposto crime, que prejudica toda a região ao fragilizar as necessárias ações de fiscalização. Torcemos para que as autoridades competentes possam investigar e identificar rapidamente os responsáveis por este ato e contamos com o bom senso dos gestores dos órgãos responsáveis, para que as empresas sejam desbloqueadas com a maior brevidade possível.   Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF)

CRV: aproveitamento de madeira em empresas no Acre chega a 70%

Entidades apresentam estudo comprovando que rendimento de toras no estado é maior do que os 35% estabelecidos pelo Ibama.   Por Sindusmad-AC. No Acre, uma pesquisa com 23 espécies de madeira serrada, realizada em quatro empresas do setor florestal do estado, a fim de definir seus respectivos Coeficientes de Rendimento Volumétrico (CRV), foi protocolada no Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), na manhã dessa quinta-feira, 6 de abril. O levantamento foi uma iniciativa do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Estado do Acre (Sindusmad), em parceria com a Universidade Federal do Acre (Ufac) e a Federação das Indústrias do Acre (FIEAC), com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), do senador Jorge Viana e deputados federais Allan Rick, César Messias e Léo de Brito. A partir desta sexta-feira, 7 de abril, entra em vigor uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para alteração do CRV no processo de desdobro da tora em madeira serrada para obtenção de produtos florestais, proposta pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), reduzindo dos atuais 45% para 35% o índice de aproveitamento. A presidente do Sindusmad e vice-presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Adelaide de Fátima Oliveira, afirmou que o objetivo do estudo é resgatar a importância das empresas do setor florestal e combater a clandestinidade. “Aqui, no Acre, chegamos a uma média de aproveitamento de 55,6%, sendo que tem madeira que chega a uma eficiência de 70%. A tora pode ser excelente, mas não poderei nem doar, porque não terei liberação do Sistema Documento de Origem Florestal (DOF) para isso, gerando desperdício e degradação ambiental”, completou a empresária. Após avaliação do Imac, o relatório será apresentado em conjunto ao Ibama e ao Ministério Público Estadual (MPE), e validado pelo Conselho Florestal Estadual do Acre (CFE-AC). Ao todo, foram seis meses de pesquisa, cujo objetivo foi atender a resolução do Conama nº 474/2016, que dispõe sobre procedimentos para inspeção de indústrias consumidoras ou transformadoras de produtos e subprodutos florestais madeireiros de origem nativa, bem como os respectivos padrões de nomenclatura e coeficientes de rendimento volumétricos, incluindo carvão vegetal e resíduos de serraria.   Próximos passos Neste primeiro momento, o trabalho foi realizado nas empresas Fox Laminados, Indumag, Madeireira Triângulo e Martins & Rabelo. No entanto, de acordo com Fátima, será estendido às demais empresas a partir de junho. O supervisor de campo e estudante de engenharia florestal da Ufac, Paulo Parente, explicou que o relatório seguiu toda a metodologia proposta pela Resolução. “Fomos às indústrias e fizemos levantamentos de todas as toras que seriam desdobradas, a fim de calcular a média de rendimento. Após isso, todos os dados foram processados e, assim, produzido o material que está sendo entregue aqui no Imac”. O diretor-presidente do Imac, Paulo Viana, informou que o próximo passo será submeter o relatório a uma análise técnica a fim de verificar se poderá se adequar ao rendimento que está sendo proposto. “A resolução atual, que entra em vigor nesta sexta, prevê que de uma tora só pode ser aproveitado 35%. No entanto, o trabalho apresentado está elevando esse rendimento. Então, faremos uma análise se efetivamente poderemos adotar o rendimento volumétrico de toras que nos foi apresentado. Em seguida, esse estudo será encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente”, finalizou.

Serviço Florestal Brasileiro e CNI premiam Estudos de Economia e Mercado Florestal

Um trabalho inédito de valoração da atividade ambiental no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) foi vencedor da 4ª edição do Prêmio em Estudos de Economia e Mercado Florestal, promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Escola de Administração Fazendária (Esaf). O evento de premiação ocorreu na sede da CNI, em Brasília, nesta terça-feira (21), Dia Mundial da Floresta. Ao todo, foram 50 monografias inscritas, sendo 39 na categoria profissional e 11 na categoria graduando. O projeto Contas Econômicas Ambientais de Florestas, desenvolvido por José Sena, técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), propõe a contabilização do que se gasta e se deprecia do capital natural em decorrência da atividade florestal. De acordo com Sena, essa metodologia poderá integrar cálculos para valoração de serviços ecossistêmicos. “Com esse método é possível, por exemplo, avaliar os custos de água nas empresas e, a partir dos valores desses gastos, verificar o volume consumido e o volume em estoque, fazendo uma previsão de tempo da disponibilidade de água”, ilustrou Sena. Outra iniciativa premiada, na categoria graduando, foi Investindo fundos de capital institucional em florestas através das “Timos” (Timberland Investment Management Organization), de Camila Maciel Viana, recém-graduada em Ciências Agronômicas. O trabalho faz uma projeção sobre a gestão de florestas plantadas no Brasil. Hoje, 6% dessas florestas são geridas por timos e, de acordo com Camila, esse modelo de negócio deve crescer significativamente. Timos são processos de investimento no qual os recursos financeiros são oriundos principalmente de grandes investidores institucionais como fundos de pensão, seguradoras, doações de fundações e escritórios familiares. Estímulo a investimentos Na abertura da cerimônia, a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, destacou que o país carece de uma política clara e consistente para o desenvolvimento da indústria florestal e a criação de um ambiente favorável a novos investimentos. “Apesar das exportações de produtos florestais serem significativas no cômputo geral da economia brasileira, ainda não conseguimos transformar nosso diferencial comparativo em diferencial competitivo”, declarou.  A participação do Brasil no mercado global de produtos florestais é de cerca de 3%, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O ministro de Meio Ambiente, José Sarney Filho, ressaltou a importância das concessões florestais e projetos de manejo florestal como alternativas sustentáveis à fórmula de comando e controle no combate ao desmatamento. “Isso dá sentido econômico para a floresta, gera emprego e renda e promove a inclusão social”, disse. Participaram ainda da cerimônia de premiação o ex-ministro de Meio Ambiente José Carlos de Carvalho, o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará Filho, o diretor-geral da Escola de Administração Fazendária, Manuel Augusto Alves da Silva, e o gerente-executivo de Meio Ambiente da CNI, Shelley Carneiro. Confira a lista dos trabalhos reconhecidos: CATEGORIA PROFISSIONAL 1º lugar – José Antonio Sena do Nascimento e Geraldo Sandoval Góes Título: Contas Econômicas Ambientais de Florestas-Ceaf: Uma proposta de trajetória metodológica e institucional para aplicação no Brasil. 2º lugar – Kalil Said de Souza Jabour Título: Tratamento tributário de produtos florestais no âmbito do imposto sobre circulação de mercadorias (ICMS) regimes aplicáveis e operações tributadas e desoneradas 3º lugar – Maisa Isabela Rodrigues Título: Análise financeira de investimentos em concessão florestal por meio de métodos determinísticos e estocásticos. Menção Honrosa – Carlos Eduardo Frickmann Young e Marcio Alvarenga Junior Título: Custos e benefícios da implementação de um mercado de cotas de reserva ambiental (CRA) no Brasil. CATEGORIA GRADUANDO 1º lugar – Camila Maciel Viana Título: Investindo fundos de capital institucional em florestas através das timos:conceituação, descrição do processo e cenário das timos no Brasil 2º lugar  – Camila de Almeida Martins dos Santos  Título: Análise econômica da compensação de reserva legal ambiental por meio de cotas de reserva ambiental: estudo de caso em uma propriedade rural de Brasnorte-MT 3º lugar – Lucas Ayres Costa Título:  Uma análise da evolução do consumo e da estrutura de mercado de papel tissue no Brasil. Fonte: Portal da Indústria

Crescimento à vista – Perspectivas 2017

Por Rafael Macedo* O ano de 2016 deixou um gosto amargo. As empresas, de modo geral, lutaram para manter a saúde financeira. A satisfação de deixar para trás o dissabor do ano que acabou e a expectativa da retomada econômica agora em 2017, traz ânimo renovado para o setor de base florestal. Para os especialistas, a previsão de crescimento moderado é bastante real, mas é importante que o governo faça a lição de casa, principalmente nos assuntos ligados à legislação trabalhista e tributária, além de desatar nós que retiram a competitividade brasileira frente a outros países. Em resumo, vivemos um momento de otimismo realista. Cabe a cada ator realizar as ações necessárias para fazer a roda girar novamente. Apesar do ano sofrível para a economia brasileira em 2016, o setor florestal apresentou números gerais positivos. Nos 11 primeiros meses do ano passado, o volume de exportações indicou evolução na comparação com o mesmo período de 2015. O resultado positivo do saldo da Balança Comercial do setor atingiu US$ 6 bilhões (+2,3%). Resultado do crescimento expressivo do mercado externo. De janeiro a novembro de 2016, o segmento de celulose atingiu volume de 11,7 milhões de t (toneladas) exportadas (+11,6); o papel registrou 1,9 milhão de t (+2,5%) e os painéis de madeira 932 mil m³ (metros cúbicos) (+65,2%). Como consequência, a produção brasileira de celulose registrou 17,1 milhões de t (+8,5%) e a de papel manteve-se estável totalizando 9,5 milhões de t no mesmo período. Por outro lado, as vendas de papel no mercado interno registraram 4,9 milhões de t (-0,4%) entre janeiro a novembro de 2016, enquanto que no segmento de painéis de madeira, registraram mais de 5,7 milhões de m³ (-3,3%). “O setor de árvores plantadas foi um dos únicos a atravessar, com certa estabilidade, o momento adverso da economia brasileira”, explicou Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) e presidente do Icfpa (International Council of Forest & Paper Associations). Com a perda do poder de compra do mercado doméstico, as empresas do setor buscaram conquistar espaço no exterior. “Esperamos que o país consiga desempenho melhor neste ano em comparação a 2016”, completa. Para que isso se concretize, Elizabeth avalia que sejam necessárias ações que revigorem primeiro o mercado interno, para depois finalmente introduzir o país no cenário mundial. Para a executiva é essencial efetivar reformas importantes como, por exemplo, a trabalhista, que impactará positivamente na produção e na competitividade empresarial. “Todos os setores precisam agir na estruturação trabalhista baseada principalmente na produtividade, respeitando as convenções de trabalho”, recomenda. Outro ponto crucial é a plataforma fiscal que merece ser modernizada. “É preciso atuar nestes pontos primordialmente, pois nenhuma empresa conseguirá acessar o mercado internacional se não tiver um produto competitivo.” Considerando estes ajustes e o panorama desenhado no início do ano, o setor florestal nacional vive a expectativa de saltar do 4º para o 2º lugar em produção mundial de celulose já nos primeiros meses de 2017, ultrapassando Canadá e China. A projeção de investimentos no segmento brasileiro até 2020 gira em torno de R$ 40 bilhões, considerando o que foi investido ao longo de 2016. Segundo os dados da Ibá, o setor brasileiro de árvores plantadas é responsável por 6% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial do país. A questão ambiental também pode contribuir com o crescimento das exportações. “Os países que mais emitem gases de efeito estufa, como por exemplo, a China, estão pressionados a melhorar seus processos industriais e com isso preferem importar produtos que tenham menor impacto ambiental”, avalia a presidente executiva da Ibá. Neste caso, a indústria de florestas plantadas brasileira é referência mundial, com produtos que mais absorvem carbono, entre eles a celulose, o papel e o painel de madeira. Lição de casa Como todos sabem, não é prudente esperar o governo tomar decisões que beneficiem o setor por conta própria. É preciso pressionar e principalmente mostrar por quê elas são imprescindíveis. Por isso, a Ibá tem uma pauta bem definida das ações prioritáris que precisam ser tomadas pelo poder público. “Neste ano, vamos trabalhar junto ao ministério da Fazenda, Agricultura, Meio Ambiente e Ministério das Relações Exteriores, para discutir a criação do mercado de carbono brasileiro”, garante Elizabeth. Ela acredita que o Brasil precisa desenvolver políticas públicas e mecanismos de mercado para a precificação do carbono, discutida amplamente na COP 22 (Conferência das Partes sobre Mudança do Clima). Isso permitirá ao país entrar com força na chamada economia verde, uma nova área que deve contribuir significativamente para a retomada para o crescimento da economia. A aquisição de terras para empresas com capital mestrangeiro, congelada há mais de seis anos, será outro desafio para 2017. É um importante passo para atrair investimentos estrangeiros, gerando empregos e renda. Entre as associadas da Ibá, estão diversas companhias multinacionais de grande porte com investimentos paralisados, tanto em novas unidades como em ampliação das atuais. “Além disso, estarão em nossa pauta a aprovação da lei de licenciamento (ambiental para silvicultura), a ampliação de mecanismos que incentivem o consumo de produtos mais sustentáveis e a implantação de políticas que consideram a biomassa como um produto de carbono neutro.” A dirigente indica que duas novas áreas que surgem com potencial de proporcionar grandes oportunidades de geração de riqueza para o país e, por isso, precisam ir para o centro da mesa de discussões em 2017, são a precificação do carbono e a emissão de títulos verdes. “O Brasil tem um enorme potencial para se tornar um dos líderes destes novos mercados e, assim, captar bons investimentos no médio prazo.” Tendências para 2017 Com o mercado interno ainda em baixa, o cenário de exportações ganhará força e deverá registrar mais um ano de resultado positivo, mesmo que aconteça uma valorização do real. O atual movimento em prol do clima deve aumentar a demanda por produtos sustentáveis, renováveis e recicláveis, como as florestas. O aumento da produção ocorrerá em conjunto com a preocupação com o meio ambiente, sendo o setor essencial para equilibrar o atendimento às

FNBF participa do lançamento do Sinaflor

Do Cipem O Ministério do Meio Ambiente (MMA), realizou na tarde de (07.02), no auditório da sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília, o lançamento do o Sistema Nacional de Controle da Origem e dos Produtos Florestais (Sinaflor). O evento contou com a participação de representantes do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF). O novo sistema pretende reunir em uma plataforma única todas as informações relacionadas ao manejo florestal sustentável de todo o país e fechar o ciclo da cadeia produtiva, com controle de origem da madeira, carvão e outros subprodutos florestais, sob coordenação, fiscalização e regulamentação do Ibama. O Sinaflor foi instituído pela Instrução Normativa n° 21, de 24 de dezembro de 2014, em cumprimento aos artigos 35 e 36 da Lei n° 12.651/2012 e, segundo o MMA, deve ser implantado em todo do país até dezembro de 2017. É importante destacar que o evento foi restrito para a apresentação do novo sistema e não contemplou espaços para debate ou esclarecimentos sobre suas funcionalidades. O Sinaflor Desde 2006, o controle de transporte e do armazenamento de produtos florestais é feito por meio do Documento de Origem Florestal (DOF). A partir de agora, as atividades florestais, empreendimentos de base florestal e processos relacionados que estão sujeitos ao controle por parte dos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) serão efetuadas por meio do Sinaflor, ou por sistemas estaduais e federais nele integrados, desde o início da cadeia, que começa com a emissão das autorizações de exploração. Na apresentação realizada pelos representantes do MMA e Ibama o foco foi a possibilidade de dar maior transparência ao processo de exploração florestal. Além disso, o Sinaflor foi apresentado como uma poderosa ferramenta de controle e combate ao desmatamento ilegal, contribuindo para a maior competitividade e agregação de valor aos produtos de origem comprovada e legal. Foi destacada também a economia de recursos e de tempo, com a redução de trabalhos manuais pelos técnicos dos órgãos. Segundo o Ibama, até mesmo a fiscalização dos projetos de manejo será realizada eletronicamente. A presidente do Ibama, Suely Araújo, durante a apresentação, afirmou que o sistema será auto declaratório, ou seja, o próprio empreendedor deverá fornecer todas as informações básicas sobre o seu empreendimento e poderá também acompanhar o andamento de seu processo via on-line. Outra vantagem, de acordo com o Ibama, é que os estados que ainda não possuem um sistema próprio passarão a contar com “um sistema inteligente e com arquitetura robusta, sem custos”. O coordenador de Uso Sustentável de Recursos Florestais do Ibama, André Sócrates, explicou resumidamente como o novo sistema irá funcionar. Segundo ele, o responsável técnico terá acesso a um módulo próprio com controle de demanda, onde ele apresenta o projeto técnico e o analista do órgão ambiental realizará a análise do processo. A partir daí, após a emissão da autorização de exploração, haverá uma expectativa de crédito para o empreendimento. A entrada dos créditos florestais é feita pelo responsável técnico, tora por tora, direto no Sinaflor, que é integrado ao sistema do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Segundo ele, o técnico irá declarar o corte de cada árvore e se houver um erro de amostragem no inventário, o que é comum no cotidiano das empresas, esse erro poderá ser corrigido sem burocracias. Ao declarar o volume real da produção, o sistema fecha o ciclo da cadeia produtiva ao gerar o DOF. O sistema facilitará também a geração de relatórios gerenciais, emissão de autorizações e a geração de volume de crédito por espécie em todo o Brasil. O Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, esteve presente na solenidade. Em sua fala, afirmou que tem recebido frequentemente os representantes do setor de base florestal e discutido a urgente necessidade de “separar o joio do trigo”, beneficiando os empresários que atuam na legalidade. Com o novo sistema, segundo ele, isso será possível, pois com o georreferenciamento de todas as autorizações de exploração de vegetação no território nacional, será possível conhecer o desmatamento líquido, ou seja, subtrair do desmatamento total as áreas autorizadas e quantificar exatamente o desmatamento ilegal. Além disso, Sarney Filho destacou que as ações de sistematização de repressão aos ilícitos ambientais serão otimizadas. “Com esse banco de dados, os técnicos do Ibama e dos órgãos ambientais estaduais terão informações sistematizadas suficientes para realizar as análises e vistorias com critérios técnicos bem definidos, reduzindo a subjetividade das avaliações, minimizando a possibilidade de falhas humanas e fraldes. Com isso, todo o processo se torna mais célere e organizado”, apontou o ministro. O presidente do Cipem, José Eduardo Pinto, avaliou a proposta de forma positiva, no entanto, atentou para a necessidade de discussão sobre a operacionalização desse sistema para os produtores que atuam em regiões mais afastadas dos grandes centros. “É preciso considerar que um sistema com essas funcionalidades deverá operar 100% on-line para que os lançamentos sejam feitos em tempo real. Os detentores de pequenos PMFs, que são a maioria em muitos estados, podem sair prejudicados, pois não possuem a estrutura necessária para isso, como internet de boa qualidade e oferta de uma rede estável. Essas coisas precisam ser discutidas”, concluiu José Eduardo. O Ibama disponibilizou uma Central de Atendimento suporte geral sobre o Sinaflor. O serviço pode ser acessado através do telefone (61) 3316-1677.    

Aumento das construções em madeira na Europa

Por Guilherme Corrêa Stamato Cada vez mais tenho visto notícias positivas sobre o crescimento da fatia de mercado que as construções em madeira têm ganhado em todo o mundo, mas de forma mais acentuada na Europa, onde o wood frame industrializado e principalmente o Cross Laminated Timber (CLT ou X-Lam) vêm crescendo fortemente. Vários são os fatores para isso, entre eles o melhor desempenho térmico, o aumento da eficiência dos métodos de produção e construção e o ganho para o meio ambiente em substituir os materiais de construção convencionais por madeira. De forma geral, esses três fatores somados resultam em uma contribuição muito maior para a sustentabilidade do planeta, pois as edificações são construídas com materiais renováveis, não poluentes e que sequestram carbono, com pouco desperdício de material e de mão de obra, gerando poucos resíduos. Além disso, a eficiência térmica permite a redução do consumo de energia para a manutenção das temperaturas confortáveis na edificação, seja no verão ou no inverno, atingindo os requisitos das chamadas casas “Passivas” (Passivhaus), nas quais o consumo de energia para a subsistência da casa é da ordem de até 15 kWh/(m²a), enquanto as construções convencionais consomem de 200 a 400 kWh/(m²a). Com esse desempenho, a Europa mostra em números que construir com madeira é uma realidade. Na Inglaterra, por exemplo, em 1998 as construções residenciais em madeira representavam apenas 2% das construções novas. Em 2007, eram 15% e, nesse ano de 2017, a expectativa é que atinjam 27%, conforme o The Timber Trends Report, publicado pela Structural Timber Association (STA) da Inglaterra. Na Itália, onde em 1998 essas construções mal apareciam nas estatísticas, em 2009 atingiram praticamente 10% e em 2015, a expectativa era de que 15% das construções residenciais novas fossem em madeira. Na Alemanha, Áustria e Suíça, países que desenvolveram intensamente as tecnologias de industrialização das construções em madeira nos últimos 30 anos, as construções em madeira atingem patamares próximos a 35%. Até mesmo países com pouca tradição nas construções em madeira, como Portugal e Espanha, atualmente apresentam fortes movimentos nesse sentido, aplicando as mais modernas técnicas de fabricação e montagem de edifícios em madeira. Não resta dúvida de que essa não é só uma tendência, é uma evolução significativa dos métodos de construção, que tem mudado inclusive o setor imobiliário, com novos conceitos de vendas de imóveis sendo aplicado nos showrooms de fábricas, bem como no surgimento de “vilas” de casas pré-fabricadas, como a Fertig HausWelt. Enfim, recomendo olhos atentos às novidades que estão borbulhando no Brasil e no mundo sobre as construções em madeira, pois essa evolução está sendo bastante rápida! Fonte: Portal Madeira e Construção

Setor florestal defende que alinhamento de agenda é único caminho para crescimento

Por Assessoria FNBF Representantes dos Estados com potencial florestal se reuniram, durante a posse da nova diretoria do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), em Brasília, para discutir e estimular o alinhamento das agendas positivas no desenvolvimento da indústria florestal brasileira. Segundo o presidente eleito do FNBF, Geraldo Bento, o Fórum irá trabalhar para alinhar as ideias e buscar o incentivo e fomento para que o segmento possa modernizar a indústria de base florestal. “Temos oferta de matéria-prima abundante, um mercado consumidor crescente a nível internacional das nossas madeiras, mas, infelizmente, nosso parque tecnológico está obsoleto e sem tecnologia para produção de novos produtos. Com a implementação e modernização dos Parques Industriais poderemos melhorar e produzir produtos que estão na linha do mercado consumidor”, destacou Bento. O diretor do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Gleison Tagliari, relatou a necessidade de um programa de conscientização para a utilização da madeira, sendo o produto o único com condições de manter a natureza, a floresta em pé e realizar o sequestro de carbono. “Atingir o mercado consumidor e fomentar o mercado interno são alguns dos principais pontos de discussão das linhas de atuação do Fórum Florestal durante este ano. Isso se faz por meio de uma conscientização para maior utilização da madeira em todos os níveis de produção. Esse é um trabalho de valorização da madeira que deve ser realizado na ponta, junto aos arquitetos, demonstrando que hoje a madeira é um material economicamente viável e que menos produz degradação ambiental”, frisou Tagliari. O presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), Carlos Roberto Vergueiro Pupo, afirmou que o setor padece por ter sua economia gerida por polícia ambiental. “A primeira obrigação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é de Polícia Ambiental, então, não espera fomento da atividade econômica, até mesmo legislação sobre reflorestamento ou manejo florestal. Não podemos esperar um planejamento de agenda positiva com o Ibama, a política do órgão é de polícia não para o desenvolvimento da atividade florestal”, reforçou Pupo. Segundo Ricardo Russo, especialista de conservação da WWF-Brasil – organização não governamental brasileira dedicada à conservação da natureza-, o desenvolvimento do setor florestal vai além da governança e marco legal, é necessário pensar em industrialização, modernização do parque industrial, adoção de novas tecnologias e capacitar desde o marceneiro até o especialista que faz o corte da madeira. Russo ainda destacou que o caminho é investir na construção civil, trazer a indústria para a Amazônia Legal, pensar na colagem da madeira, material pré-fabricado, gerando bons produtos, maior produtividade, para que retornem com bons empregos e investimentos no local. “Com isso, mudar a realidade de um país exportador de matéria-prima e passar a industrializar e vender produtos prontos e acabados a grandes centros do país bem como fora do Brasil”, pontuou. Mário Cardoso, especialista em Meio Ambiente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), indicou que o setor tem grande potencial para alinhar suas bases de produção para o desenvolvimento da indústria. “O grande desafio hoje é agregar valor à madeira, o Brasil tem um ativo muito importante e estratégico no país, que está sendo visto pelo mundo, a Amazônia. E precisamos aproveitar e otimizar ao máximo o rendimento do produto retirado da floresta, com o processo já realizado e reconhecido pelas autoridades competentes – Manejo Florestal Sustentável. Ele afirmou ainda que a CNI irá utilizar a sua base de representatividade para alinhar os setores produtivos. “Queremos colocar em contato aqueles que exercem a colheita e produção da madeira com os que possam dar destino ao produto retirado da floresta, como construção civil, móveis e imobiliários” concluiu Cardoso.

Setor de base florestal aponta prejuízos e quer alterar resolução do Conama

Empresários do segmento de base florestal querem alteração na Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), que prevê a redução do Coeficiente de Rendimento Volumétrico (CRV) da madeira, a partir de abril. O assunto entrou na pauta da reunião realizada em Brasília, na última quinta-feira (9), entre lideranças da indústria nacional.   O texto da Resolução do Conama nº 474/2016, que trata do Coeficiente de Rendimento Volumétrico (CRV), trata da redução do CRV em 10%, ao passar de 45% para 35%, expõe o presidente do Fórum Nacional de Base Florestal (FNBF), Geraldo Bento. A atualização inviabiliza os desdobramentos da madeira serrada em outros produtos florestais, complementa ele. Segundo Bento, o setor florestal realizou um estudo, a ser apresentado ao MMA e Ibama, que mostra os prejuízos causados ao segmento com a vigência da Resolução. “Inviabiliza economicamente o setor de base florestal”, reclama. O presidente do FNBF menciona que 400 indústrias de 3 estados (Mato Grosso, Acre e Pará) participaram do diagnóstico. O estudo comprova que os índices volumétricos são individuais, de acordo com a tecnologia empregada, mão de obra qualificada e investimentos. “O resultado aponta que o índice é superior a 55%, não tendo motivo para baixar a variação de 10% nas medidas finais dos produtos”, argumenta. Durante a reunião em Brasília, a vice-presidente do FNBF e presidente do Sindicato de Base Florestal do Acre, Adelaide de Fátima Gonçalves de Oliveira, chamou atenção para o problema da presença de madeira ilegal em volumes crescentes em todo o país. “A maior preocupação hoje é a concorrência desleal com o crescimento da ilegalidade daqueles com desvio de conduta, que não tem compromisso com o bom manejo, com a geração de emprego e renda”. Ao atuar na ilegalidade, é possível negociar a madeira com valor menor no mercado. Isso prejudica o empresário que contribui para o desenvolvimento social e econômico do país, que não conseguirá viabilizar seus produtos, afirma ela. “Para resolver essa situação o ideal seria que os órgãos fiscalizadores estudassem mais sobre os produtos florestais. Assim haveria menos madeira apreendida, já que muitas situações de carga retidas ocorrem por falta de conhecimento dos fiscais”. Fonte: Agronotícias MT

“Arquitetura sustentável: o que é, para que serve e como fazer?”

Por Alessandra Barassi* O significado da palavra sustentabilidade ainda não está muito claro no inconsciente coletivo. Então, para não complicar muito, aí vai a explicação clássica: sustentabilidade = pessoas, planeta e viabilidade econômica! Ao falarmos de arquitetura sustentável, estamos falando daquela que atende as necessidades das pessoas, respeita o planeta e é viável economicamente. Na prática, isso quer dizer que os projetos precisam ser mais inteligentes! Edifícios devem ser confortáveis e causar menos impacto ambiental, além de ter baixos custos de execução e manutenção ao longo de sua vida útil. E para se chegar a projetos inteligentes é necessário adotar o “design integrado”, em que se equacionam vários critérios de sustentabilidade, como orientação solar, ventilação natural, materiais ecológicos, uso eficiente de água e energia, gestão de resíduos, entre outros. Há quem pense que para atender a todos esses critérios seja necessário dispor de muitos recursos. Não necessariamente. Estudos indicam que construções sustentáveis podem custar cerca 5% mais ou até custar menos, se bem projetadas (como visto no GSA LEED Cost Study, de 2004). É possível adotar estratégias passivas, que dispensam equipamentos caros e adotam soluções de desenho ainda no papel. Em tempos de energia cara, uma preocupação corriqueira é o gasto com ar-condicionado, que pode perfeitamente ser minimizado em um bom projeto. Basta orientar as maiores janelas de uma casa para o lado onde o sol nasce e posicionar sanitários, despensas e depósitos no lado poente. Assim, a luz da manhã fica garantida com temperaturas amenas e o calor da tarde não incomoda ambientes de baixa permanência. Um exemplo simples de estratégia passiva, sem custo extra. É claro que, conforme a escala e necessidade de cada projeto, nem sempre será possível adotar apenas estratégias passivas. Em um grande edifício corporativo, com muitas salas de trabalho, é provável que não seja possível posicionar todas as janelas para o nascente. Nesses casos, é preciso lançar mão de estratégias mecânicas de alto desempenho, como um ar condicionado central, para garantir o conforto de todos os colaboradores. Ainda assim, seria eficaz projetar uma proteção externa para as janelas do poente (os brises ou venezianas) para reduzir o calor e a frequência de uso dos condicionadores de ar. Outra estratégia importante é a escolha de materiais ecológicos (não nocivos à saúde e de baixo impacto ambiental). No que se refere a materiais estruturais, é necessário optar por aqueles com baixas emissões de CO² no processo produtivo. A madeira, além de ser renovável, é capaz de estocar CO². No caso das tintas, vernizes e químicos em geral, há no mercado uma série de produtos à base de água, atóxicos e de baixo poder contaminante, sem qualquer custo adicional. Basta prestar atenção e fazer a escolha correta. Optar por sanitários de duplo acionamento, arejadores e restritores de vazão em lavatórios contribui para reduzir cerca de 30% do consumo usual de água. Plantas nativas nos jardins favorecem a biodiversidade e requerem menos irrigação. Assim, para praticar arquitetura sustentável é fundamental entender as edificações como sistemas e pensar os critérios de sustentabilidade de forma integrada. Edifícios compõem bairros, cidades e países! Devem ser entendidos como integrantes do meio ambiente, que além de demandar água, energia e materiais de construção em larga escala, também demandarão infraestrutura, transporte e serviços. Portanto, um projeto sustentável prevê soluções menos impactantes em todo o ciclo de vida do edifício, inclusive o correto descarte ou reciclagem do material empregado. Pensando dessa maneira, cada projetista será também um agente de proteção do nosso planeta. Artigo originalmente publicado no Portal Madeira e Construção. ——- Alessandra Barassi é arquiteta, com mestrado em Projeto e Construção Sustentável e profissional acreditada LEED. Tem mais de 15 anos de atuação no Brasil, Chile e Itália, tendo sido palestrante em eventos e conferências de grande relevância para o setor como a ExpoGBC, Sustencons, Feicon e Morar Mais por Menos, entre outros. Atualmente, presta consultoria em construção sustentável e certificação LEED.

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