Fiscalização da madeira pode ser mais eficiente com mudanças na forma de identificar os produtos florestais

A necessidade de adequação da nomenclatura na identificação dos produtos florestais, que tem gerado muitos problemas no momento da fiscalização, foi discutida nesta quarta-feira (7), em Brasília, durante reunião do comitê técnico para acompanhamento e avaliação dos sistemas de controle florestal. Durante a reunião, realizada na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), representantes do Fórum Nacional das Atividade de Base Florestal (FNBF) apresentaram uma proposta de alteração da Instrução Normativa 21/2014 e da Resolução CONAMA 411/2009 e 474/2016, que tratam do assunto. O objetivo é abolir o uso de termos específicos nos produtos de origem florestal, adotando-se a fiscalização por espécie e metragem. A proposta teve o apoio dos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Acre, dentre outros, que se destacam na produção e comercialização florestal. A solicitação do setor é de que no lugar de denominação e de dimensões individuais específicas para os produtos de origem florestal convertidos, em especial oriundos de madeira serrada, sejam adotados o controle e a fiscalização por espécie e metro cúbico. A justificativa é de que o procedimento atual, que foca no nome do produto final, tem causado transtornos durante as autuações. “Da forma como está prevista a transformação da tora em produto, o setor acaba penalizado, sendo enquadrado como crime ambiental por questões meramente administrativas, de entendimento da norma. Essa situação acaba generalizando como crime e infrações, quando o problema está na burocratização do sistema que não é adequado à realidade”, argumenta Geraldo Bento, presidente do FNBF. Para os produtores do setor florestal, trata-se de mero desencontro entre o que a norma define e o resultado obtido na industrialização da matéria prima. O fundamental, segundo eles, é o controle da espécie e da metragem comercializada. “O nome do produto final serve apenas para um enquadramento comercial e tributário, no máximo”, diz Bento. A explicação é de que a madeira, como produto natural, está sujeita a intempéries e variáveis que não resultam em danos ao meio ambiente nem prejuízos ao erário. Para entendimento, o FNBF, dá o seguinte exemplo: Uma serraria converteu a tora em madeira serrada de 4cm de espessura por 11, 12, 13 e 14 cm de largura. Durante esse processo, transformou a madeira de acordo com as normas vigentes em vigota (10cm de largura), vigas (11 a 20cm) e pranchas (21cm). Ainda como parte desse processo de industrialização, a madeira foi depositada no pátio para secar e, passado algum tempo, a madeira passou a medir 3,8 cm de espessura por 9, 10, 11, 12 e 13cm de largura. Segundo a norma de nomenclatura vigente, ela deveria ser ‘reclassificada’ como tábuas (11cm de largura acima) e sarrafo (9 e 10cm de largura acima). A madeira é comercializada considerando os metros cúbicos. Contudo, no momento da fiscalização, é exigido que cada peça da carga esteja com o nome do tipo de produto definido pela norma. Caso haja alguma diferença, a carga é apreendida e, pior, criminalizada, desconsiderando, totalmente, o fato de que as informações sobre a espécie e a metragem cúbica estão corretas. Ou seja, a madeira tem origem comprovada e segue a legislação. Neste sentido, a sugestão é que a partir do serrado em bruto, haja conversão para produto beneficiado, que englobaria os produtos acabados e pré-acabados. O restante é o resíduo. Tal procedimento otimizaria o processo produtivo e tornaria a fiscalização mais eficiente, com foco no que realmente importa: a espécie e a metragem da madeira. “O nome do produto final, se é tábua, sarrafo ou viga, não tem relevância quando se trata de controle ambiental. Serve apenas para a classificação comercial”, reforça Bento. A proposta apresentada na reunião foi bem recebida pelos órgãos ambientais e o encaminhamento foi para fazer novas reuniões e avaliar a inclusão dessas mudanças no processo de migração dos sistemas do IBAMA que controlam a origem, transporte e comercialização dos produtos florestais, previsto para acontecer em maio. O comitê técnico para acompanhamento e avaliação dos sistemas de controle florestal é um grupo interdisciplinar instituído pelo Ministério do Meio Ambiente que se reúne, regularmente, desde 2011, para discutir questões ligadas ao setor florestal. Além dos setores produtivos, fazem parte órgãos de controle e fiscalização, como o IBAMA, as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e a Polícia Rodoviária Federal, além de organizações não-governamentais. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação FNBF

Setor florestal entra na justiça contra IBAMA por falhas no sistema que controla a madeira

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) impetrou, nesta quinta-feira (01/03), um mandado de segurança coletivo, junto a 9ª Vara Federal Cível da Justiça Federal, contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O motivo são os recorrentes erros e interrupções no funcionamento do Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (SINAFLOR), utilizado para emissão do Documento de Origem Florestal (DOF), licença obrigatória para o controle de origem, transporte e armazenamento de produto e subproduto florestal. Sem o DOF os empresários do setor de base florestal ficam impedidos de transportar e comercializar a madeira, afetando, consequentemente, a receita dos Estados e de municípios, que deixam de arrecadar impostos. Na ação judicial, o FNBF comprova o mau funcionamento do SINAFLOR-DOF através de um dossiê onde constam e-mails trocados entre empresas do setor florestal e o IBAMA dando conta do problema, além dos prints das telas do sistema inoperante. De acordo com os documentos apresentados, entre janeiro e julho de 2017, o DOF ficou fora do ar em 32 dias úteis, sendo registradas inoperâncias no sistema nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará, Acre e São Paulo, estados com maior destaque na produção e comercialização florestal. Mais recentemente, considerando um período de sete dias úteis de fevereiro, o sistema ficou fora do ar por cinco dias. O FNBF reforça que problema é recorrente e deixa vulnerável um setor que está entre os mais importantes para o país, com grande relevância dentro do desenvolvimento econômico-social, por meio das arrecadações tributárias, gerações de emprego e renda, além da circulação de riquezas. Nos últimos anos, por exemplo, a indústria de base florestal foi responsável por 3,5% do PIB nacional (US$ 37,7 bilhões), empregou 8,5 milhões de pessoas (8,7% da população economicamente ativa), arrecadou 5,4 bilhões de impostos (1,4% do total da arrecadação nacional) e exportou US$ 8,5 bilhões (6,2% do total da exportação). Por conta disso, o mandado de segurança com pedido de liminar requer urgência, sob pena de multa diária, que o funcionamento do SINAFLOR-DOF seja reestabelecido em 24 horas e que o IBAMA corrija, definitivamente, os problemas que impedem o funcionamento adequado e regular do sistema. Caso isso não ocorra, a mesma ação pede que o órgão disponibilize sistema off-line para expedição do DOF em contingência ou similar (como já acontece com a Nota Fiscal Eletrônica, por exemplo). O número do processo relativo ao mandado de segurança na 9ª Vara Federal Cível da SJDF é: 1004284-24.2018.4.01.3400 Sobre o FNBF O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal congrega 23 entidades, de oito estados brasileiros, representando mais de três mil e quinhentas empresas associadas de produtos industriais, comerciais e exportadoras relacionadas com a atividade de base florestal nativa no Brasil. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação CIPEM  

Madeira tem papel importante na solução do déficit habitacional no Brasil

O déficit habitacional no Brasil, atualmente, é de 6,1 milhões de moradias, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, a lei nº 11.888, de 2009, conhecida como Lei de Assistência Técnica, garante às famílias de baixa renda (que ganham até três salários mínimos) acesso público gratuito para projeto e construção de habitação de interesse social. O grande desafio está em encontrar alternativas e soluções para equilibrar essa balança, entre demanda, oferta e financiamento. Neste cenário, a construção de habitação popular em madeira pode ser uma alternativa. Este foi um dos assuntos discutidos nesta semana, em Brasília, pelo Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (CIPEM) e Serviço Florestal Brasileiro (SFB). O objetivo da reunião foi aproximar as organizações que representam os setores de produção e comercialização de madeira, com o órgão que desenvolve pesquisas e projetos para sua utilização e fomento. Durante a visita, os representantes do FNBF e do CIPEM conheceram uma casa construída no âmbito do Projeto Habitação Popular em Madeira, desenvolvido pelo laboratório de produtos florestais do SFB. A casa possui 52m², contendo sala, dois quartos, cozinha, área de serviço, varanda e banheiro. Todos os detalhes do projeto arquitetônico, especificando produtos e metragens utilizados na obra constam em uma cartilha. “Esse é um exemplo de uso social da madeira e de como é importante esse diálogo do setor com outros órgãos. A casa pode ser construída com Madeira Laminada Colada (MLC), por exemplo”, disse Rafael Mason, presidente do CIPEM. Esse tipo de proposta pode ganhar mais escala, pois a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já especificou regras para a utilização de madeira serrada há bastante tempo e trabalha na criação de novas normas para a utilização de resíduos madeireiros. “A importância dessas reuniões é justamente encontrar e encaminhar possibilidades de atuação em parceria tendo o setor econômico (de produção e da indústria) e o setor de pesquisa trabalhando para a promoção do desenvolvimento social”, argumentou Geraldo Bento, presidente do FNBF. Algumas experiências de construção de casas populares em madeira já foram executadas nos estados do Acre e de Mato Grosso, cuja capital, Cuiabá, recebeu 300 unidades habitacionais construídas com rejeitos da indústria madeireira, em 1996, através do Programa Morar Conscientizar. O próximo passo, aponta Valdinei Bento dos Santos, diretor executivo do CIPEM e superintendente do FNBF, poderia ser aproximar as entidades bancárias. “O financiamento de habitação de madeira, bem como do Plano de Manejo Florestal Sustentável, ainda é um entrave. Muitas vezes por desinformação. Podemos pensar em uma aproximação com esse setor para alavancar mais essa frente de desenvolvimento para o setor florestal”, argumentou. Raimundo Deusdará, diretor do SFB, reforçou o convite para que as organizações estejam próximas e mantenham o diálogo sempre aberto, afirmando que a visita também foi muito importante para toda a equipe do órgão. Por fim, um outro material muito interessante foi mostrado durante a reunião: uma bicicleta cujo esquadro é feito de madeira, demonstrando, novamente, as várias possibilidades de usos e reutilização desse recurso natural. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação CIPEM

Nota Pública: Falha no sistema do IBAMA impede transporte e comercialização de madeira

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) vem a público manifestar sua preocupação e indignação com a constantemente deficiência dos sistemas necessários para o transporte e a comercialização da madeira, como o Documento de Origem Florestal (DOF), licença obrigatória para o controle de origem, transporte e armazenamento de produto e subproduto florestal. O Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (SINAFLORA-DOF) é de competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e nesta semana esteve inoperante desde segunda-feira (19) até o início da manhã desta quinta-feira (22). Com isso, os empresários do setor florestal ficaram impedidos de faturar, pois, sem o DOF, os produtos não podem circular. Esse problema é recorrente e deixa vulnerável um setor que está entre os mais importantes para o país, com grande relevância dentro do desenvolvimento econômico-social, por meio das arrecadações tributárias, gerações de emprego e renda, além da circulação de riquezas. Entre janeiro e julho de 2017, o DOF ficou fora do ar em 32 dias úteis, de acordo com registros do setor apenas em Mato Grosso. Também foram registradas inoperâncias no sistema nos estados de Rondônia, Pará, Acre e São Paulo. Segundo o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (CIPEM), que faz parte do FNBF, o impacto econômico com essas falhas é grande tanto para produtores quanto para municípios e estados. Em mato Grosso, apenas em 2017, o setor de base florestal arrecadou mais de 17 milhões de reais com o Fundo Estadual de Transporte e Habitação Arrecadação (FETHAB) que incide sobre a madeira. Também foi o responsável pela arrecadação de mais de 39 milhões de reais de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Diante dessa situação, as questões que ficam, são: Quem se responsabiliza pelo problema? E quem paga a conta? Sobre o FNBF O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal congrega 23 entidades, de oito estados brasileiros, representando mais de três mil e quinhentas empresas associadas e cerca de sete empresas produtoras de toras, de produtos industriais, comerciais e exportadoras relacionadas com a atividade de base florestal nativa no Brasil. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação CIPEM  

Setor de base florestal apresenta reivindicações ao ministro Blairo Maggi

Representantes do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) estiveram reunidos nesta terça-feira (21), em Brasília, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para discutir ações que apoiem o desenvolvimento do setor. Entre as principais reivindicações apresentadas está a transferência do setor de base florestal para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a criação da “Câmara Setorial de Floresta Nativa”, e a criação de um “Programa de Governo” para incentivar e fomentar o mercado nacional e internacional de produtos florestais. De acordo com Geraldo Bento, presidente do FNBF, o objetivo desses encontros, que também inclui reunião com o Serviço Florestal Brasileiro, é identificar as possibilidades de ações que propiciem melhor condução nos procedimentos de toda a cadeia produtiva do setor de base florestal, especialmente o da madeira. “Hoje somos ligados a um ministério (Meio Ambiente) que foca apenas em comando e controle. Isso é importante nos aspectos regulatórios do manejo, mas deixa de fora, completamente, outra parte importante que é o desenvolvimento da indústria. É preciso encontrar meios de promover o desenvolvimento econômico e social do setor e é nisso que estamos trabalhando”, argumentou Bento. Outro ponto discutido pelo Fórum diz respeito ao potencial representado pela restauração florestal, principalmente a recomposição de vegetação nativa em áreas de Preservação Permanente, agenda que foi ampliada com o Código Florestal, mas que ainda carece de mecanismos de apoio eficientes para ganhar escala. “Com ações de apoio eficientes é possível maximizar os benefícios ambientais e trazer à tona o potencial econômico das florestas nativas”, defende o FNBF. A justificativa do Fórum está pautada no fato de que a madeira é um produto vegetal com diversidade de espécies e usos, sendo que a agroindústria é fornecedora de matéria-prima para diversos segmentos que vão desde a construção civil, passando pela marcenaria, até a arquitetura e engenharia, além de ser grande fonte de fibras e de energia. Além disso, a conservação das florestas nativas, através do manejo florestal sustentável, tem um papel-chave no esforço global de redução das emissões de gases de efeito estufa. Para dar a dimensão da representatividade do setor, apenas em Mato Grosso são cerca de cinco mil empresas ativas, sendo mais de 1.800 indústrias e comércios, que geram em torno de 90 mil empregos diretos e indiretos. Além disso, o setor florestal é a base da economia de 44 municípios mato-grossenses, ocupando o quarto lugar na economia do estado. Já o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal congrega 23 entidades, de oito estados brasileiros, representando mais de três mil e quinhentas empresas associadas e cerca de sete empresas produtoras de toras, de produtos industriais, comerciais e exportadoras relacionadas com a atividade de base florestal nativa no Brasil. Para Bento, essa representatividade justifica uma atenção maior ao estímulo e fomento do uso sustentável de florestas nativas do país, melhorando a sua normatização e regulação. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação do CIPEM Foto: Assessoria do Dep.Fed. Xuxu Dal Molin

Fortalecimento da indústria de base florestal é fundamental para cumprimento de metas do Acordo de Paris

Por meio do manejo sustentável, setor eleva produtividade, reduz desperdícios e valoriza produtos madeireiros no mercado internacional. Segmento também preocupa-se com a redução de resíduos. Por Gerência de Jornalismo CNI O fortalecimento da indústria de base florestal é um importante caminho para ajudar o País a cumprir o compromisso assumido no Acordo de Paris, que prevê a redução das emissões de gases de efeito estufa. O Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. Uma das medidas propostas para o alcance dessa meta é a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares de floresta até 2030, que só se viabilizará com a participação ativa do setor de base florestal. Essa é a principal conclusão dos estudos Cadeia produtiva de florestas nativas, elaborado pelo Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF), e Florestas plantadas: oportunidades e desafios da indústria de base florestal no caminho da sustentabilidade, elaborado pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), que integram a série de 18 publicações apresentadas na sexta edição do CNI Sustentabilidade.   Nos documentos, a indústria florestal que trabalha com florestas nativas destaca que o segmento contribui para a conservação das florestas por meio do desenvolvimento do manejo florestal sustentável, extraindo produtos da floresta de maneira que os impactos gerados sejam mínimos, possibilitando a manutenção da estrutura florestal e sua recuperação, por meio do estoque de plantas remanescentes. Essa técnica permite a manutenção da floresta em pé com contínua produção de madeira. Em média, somente quatro a seis árvores são retiradas por hectare de floresta e o retorno para a exploração da mesma área ocorrerá após 25 a 35 anos, permitindo o crescimento das árvores remanescentes.   O principal setor atendido pelo segmento de florestas nativas é o de construção. No entanto, a madeira vem perdendo espaço nesse setor para outros materiais, alguns, inclusive, com aspecto amadeirado. De acordo com o estudo, um maior uso da madeira em obras poderia contribuir para redução das emissões de gases de efeito estufa pelo setor da construção. A CNI, a WWF e o FNBF vêm atuando em parceria para mostrar os benefícios e as possibilidades do uso da madeira em projetos arquitetônicos, aproveitando a tecnologia já disponível e largamente utilizada em outros países.   No caso de florestas plantadas, conforme dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), dos 7,84 milhões de hectares de florestas plantadas, 5,4 milhões de hectares são certificados. Estima-se que as áreas de plantios florestais no Brasil são responsáveis pelo estoque de aproximadamente 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano. Além disso, o setor gera e mantém reservas de carbono da ordem de 2,48 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 5,6 milhões de hectares em áreas protegidas.   REDUÇÃO DE RESÍDUOS – A indústria de base florestal também tem feito esforços para reduzir a produção de resíduos. No caso da indústria de florestas plantadas, em 2016, foram geradas 47,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dos quais 70,5% (33,7 milhões de toneladas) foram gerados pelas atividades florestais, enquanto 29,5% (14,1 milhões de toneladas) pelas indústrias. Na atividade florestal, 99,7% dos resíduos sólidos são mantidos em campo para proteção e fertilização do solo; e os demais 0,3% são encaminhados a aterros sanitários, com o objetivo de atender a critérios legais.   Já na indústria, 66% dos resíduos são destinados à geração de energia, por meio da queima em caldeiras, que geram vapor e, eventualmente, energia elétrica para o processo produtivo, eliminando o combustível fóssil; 25,5% são reutilizados como matéria-prima por outras empresas do setor; 5% são reutilizados para produção de cimento e óleo combustível; e os demais resíduos (3,5%) são encaminhados a aterros industriais, atendendo a critérios legais. O papel no Brasil possui recuperação de 64% do volume consumido, o que coloca o país como um dos principais recicladores mundiais do produto.     ATENDIMENTO À IMPRENSA Superintendência de Jornalismo da CNI   (61) 3317-9578 / 9825 imprensa@cni.org.br   SITE http://www.portaldaindustria.com.br/  

NOTA DE REPÚDIO

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), entidade nacional representativa do segmento, vem a público manifestar seu repúdio em relação aos fatos ocorridos na manhã (07.07) no interior do estado do Pará, próximo ao município de Altamira, onde uma carreta que transportava veículos do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) foi supostamente incendiada. Repudiamos qualquer tipo de violência e somos contrários a quaisquer atos que visem impedir ou dificultar a fiscalização ou monitoramento ambiental, bem como intimidar os agentes que realizam atividades de combate ao desmatamento ilegal. É com tristeza que, infelizmente, ainda vemos tentativas por parte da imprensa de vincular tais atos criminosos às atividades do setor de base florestal. Somos um setor sério, que atua dentro da legalidade e que defende a manutenção da floresta em pé aliada à exploração sustentável de suas riquezas. Reforçamos que não compactuamos com nenhum tipo de crime ou devastação ambiental. Ao contrário, atuamos em parceria com os órgãos ambientais cotidianamente na proposição e implementação de mecanismos de sustentabilidade, considerando às necessidades de desenvolvimento econômico e social em harmonia com o meio ambiente. Repudiamos também a decisão do IBAMA de bloquear todas as empresas florestais da região de Novo Progresso/PA, impedindo assim que exerçam suas atividades. Penalizar todo um segmento, que é sério e que atua na legalidade, não vai resolver o problema e nem ajudar na investigação e identificação dos verdadeiros responsáveis por esses atos. Ao contrário, cria ainda mais tensão, gera prejuízos ao setor, como perda de contratos, atrasos nas entregas de produtos e etc., e sobretudo, prejudica os trabalhadores e suas famílias. Reconhecemos a gravidade da situação e somos totalmente solidários ao IBAMA e seus servidores e agentes, diante deste suposto crime, que prejudica toda a região ao fragilizar as necessárias ações de fiscalização. Torcemos para que as autoridades competentes possam investigar e identificar rapidamente os responsáveis por este ato e contamos com o bom senso dos gestores dos órgãos responsáveis, para que as empresas sejam desbloqueadas com a maior brevidade possível.   Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF)

Using wood in construction industry helps preserve forests, says WWF-Brazil

We have a concept that the forest is untouchable, but it is not. The degradation of  Amazon is not linked to forestry activity, it is linked to livestock and agriculture, mainly. So, the more wood we use in the construction industry, more we will have forests”, says the architect Roberto Lecomte, a partner of the WWF-Brazil environmental organization. He explained that for the responsible businessman timber to be able to develop a profitable economic activity, they need to have market. “We think that using wood destroy the forest and, actually, using the wood preserves the forest because he [businessman timber] knows that the wood brings a financial return”, said, observing Finland, for example, it owns 8% of the world’s timber market and has 80% of original forests. The WWF-Brazil  launched this week  a space at Casa Park mall, in Brasilia, to promote the sustainable and responsible use of wood in the construction industry. The goal is to put the wood back on the market, showing that there are technologies and aesthetic solutions that allow the use of this material. Amazon has great potential for wood production The WWF-Brazil conservation specialist, Ricardo Russo, explained that Amazon has a very large potential for timber production and that there are techniques for managing the forest without permanent damage. He emphasizes, however, that we must be aware of the origin of the wood, which must be traced or certified. “We took from our speech the term ‘legal timber’, because a timber that comes from authorized deforestation is legal, but it is not sustainable,” he said. “We also want to get two images out of people’ heads: the wooden board house and the jungle and the prefabricated house that gathers and bends”, he said, counting that today there are specific technologies for wood, such as glued laminated wood and wood frame.According to Russo, it is wrong to think that replacing wood with aluminum, for example, is more sustainable. He explains that traditional building processes are responsible for 47% of carbon emissions and 60% of solid waste from the cities. The energy incorporated to produce in wood is also much lower, according to the expert, 1,750 kilowatt/hour per cubic meter of cement to 350 kilowatt hours per cubic meter of closed and laminated wood. He tells that a company from Paraná is already working in housing estates in wood frame. “They have already built a four-story building in 180 hours, entirely made of wood and that accepts other coatings. So if the person does not like the appearance of the wooden house, it may have one that does not look like wood”, he said, emphasizing the strength, safety and durability of the wood, which is still lighter and easier to handle. Different from what many people think, building in wood is not more expensive than in brickwork, according to Russo, since construction time and waste generation are smaller, what is missing is knowledge. He says that the loss of material in a brickwork building is estimated at 30% and the time is 40% higher than a wood frame house. “Beyond to the sustainability bill,” he said. How is the exhibition? The WWF Space is 20 square meters, but has a roof that advances over the common areas of the mall and adds a total area of ​​115 square meters. The intervention on the roof of the shopping center has the first structural wooden beam with double curvature of Brazil. To build the stand, 10 cubic meters of wood were used, divided into more than 500 pieces, both structural and decorative. About 6 tons of carbon are stockpiled at the booth, Russo said. The use of wood in construction is also a tool in combating the damage caused by climate change, since wood stocks carbon that would be released into the atmosphere and would aggravate existing climate problems. In its assembly, the stand joins two technologies: glued laminated wood, which allows curved designs on wood pieces and was used on the ceiling; and the utilization of tropical wood, which constitutes the floor and the decorative elements. The glued laminated wood is eucalyptus (pinus) and tropical wood is cambará, also known as mandioqueira. The architect Roberto Lecomte is one of the responsible for the work. WWF-Brazil coordinates the program ‘Madeira é Legal’, a protocol of intent – signed by 26 institutions – that focuses to encourage the use of certified wood in Brazilian civil construction. It is possible to know more about the project and the advantages of building with wood in the website www.wwf.org.br/madeiraelegal.

Falhas no sistema DOF: como fica o setor florestal?

Por Geraldo Bento* Nós, do setor de base florestal, sabemos o quanto nossas atividades são fiscalizadas e monitoradas e, consequentemente, burocratizadas e engessadas pela quantidade de procedimentos que temos que cumprir diariamente. São dezenas de notas, guias, aceites, licenças, taxas e documentos diferentes com os quais lidamos em cada etapa do processo, desde a exploração até a comercialização de nossos produtos. Sem entrar no mérito da necessidade da rediscussão dos procedimentos, sabemos que, no momento, esses são ossos do ofício de quem quer atuar dentro da legalidade. O problema é que a falta de eficiência dos sistemas dos quais dependemos, muitas vezes, nos impede de exercer nossas atividades. E a pressão atual sobre o setor, no âmbito fiscal, ambiental e mercadológico é muito grande. Para que todo esse sistema complexo funcione, para a roda continuar girando, cada elo da corrente precisa cumprir sua função e ter compromisso com o desenvolvimento das atividades do setor de base florestal e com a economia do país, diretamente impactada por este segmento. Acontece que não é essa a postura que estamos vendo por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), quanto aos problemas de funcionamento do sistema de emissão do Documento de Origem Florestal (DOF).             Quem é do setor conhece, mas vale explicar para quem não o acompanha de perto, que o DOF é um documento obrigatório, emitido via sistema do Ibama, para o controle do transporte de produtos e subprodutos florestais nativos que os acompanha da origem (pátio da empresa) ao destino (comprador). Ou seja, sem ele as cargas não podem ser transportadas, sob pena de apreensão dos produtos e enquadramento e penalização do empresário por crime ambiental.             Desde o final de 2016, quando, de acordo com informações do próprio Ibama, o Sistema DOF, antes gerido por uma empresa terceirizada, foi transferido para a responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), ele apresenta sérios problemas. Foram períodos de oscilação e falhas e, mais recentemente, o Sistema DOF chegou a passar mais de cinco dias seguidos fora do ar. Essa situação de oscilação se estende até hoje, afetando grandes regiões produtoras e consumidoras. As entidades que representam o setor, entre elas o Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF), estão cobrando insistentemente uma solução. O desrespeito é tão grande que nem sabemos se nossos protestos estão sendo ouvidos, ou se nossas solicitações estão sendo consideradas. A cada ligação feita ao órgão é dada uma justificativa diferente e sempre com a promessa de que “amanhã o sistema voltará à normalidade”. Não se viu, até o momento, nas páginas oficiais do órgão ao menos uma nota de esclarecimento que informe os motivos desta inoperância e muito menos apresente alternativas para minimizar os prejuízos gerados para o setor florestal. A atual crise econômica do país já está impondo às empresas sérias restrições. Desde o ano passado, muitas delas viram suas margens de lucro despencar, foram obrigadas a conceder férias coletivas aos funcionários e reduziram seus quadros para manter as empresas ativas. Ainda estamos para ver de que tamanho será o prejuízo final ocasionado por mais esta situação, mas podemos afirmar, sem sombra de dúvidas, que será enorme. Imaginem que o frete de um caminhão bitrem, seja de R$ 1.000 ao dia, que é a média no estado de Mato Grosso, por exemplo. Agora imaginem esse caminhão carregado, parado por cinco dias por falta de DOF e multipliquem isso pelas empresas de todo o Brasil. São milhares de empresas com caminhões parados, acumulando prejuízos diários, desonrando contratos, perdendo clientes e deixando de gerar renda e movimentar a economia do país. Tememos que se esse quadro não for revertido, mais demissões serão inevitáveis. Nesse contexto de crise, impedir as atividades de um setor produtivo inteiro demonstra uma grande e absurda irresponsabilidade e total descaso. Até onde sabemos, e sabemos pouco, nenhuma providência está sendo tomada para resolver a questão. Exigimos soluções, exigimos transparência por parte dos órgãos ambientais e exigimos, acima de tudo, respeito ao setor que sempre foi e ainda é um dos pilares da economia do país! *Geraldo Bento é presidente, por dois mandatos, do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF), diretor da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT) e do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem).

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