Fábricas de carrocerias de madeira nativa buscam fornecedores para suprir demanda

O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Carrocerias de Madeira (ABFCM), Carlos Augusto Rodrigues, participou, na última semana, da Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira (ForMóbile), realizada em São Paulo, em busca de fornecedores de madeira nativa que possam atender as demandas desse mercado. A ABFCM foi fundada em 2015 com o objetivo de representar e fortalecer o segmento e possui, atualmente, 66 empresas associadas. A entidade é uma das 23 que compõem o Fórum Nacional da Atividades de Base Florestal (FNBF), cuja proposta também é atuar em parceria para defender e representar o setor relacionado à atividade florestal, perante o governo federal, entidades e sociedade em geral. Durante a feira, Rodrigues, que também compõe a diretoria do FNBF, falou sobre o mercado da madeira nativa para a fabricação de carrocerias. Confira. P: Qual é a situação atual da produção de carrocerias de madeira no Brasil? R: Hoje existe dificuldade para encontrar a madeira nas espécies que as empresas estão mais habituadas a comprar. Por conta dessa dificuldade, algumas espécies registraram alta no preço; outras, simplesmente, não é possível encontrar no mercado na quantidade ideal para atender a demanda. P: Quais são as espécies mais utilizadas pelas fábricas? R: As empresas compram bastante o roxinho, a garapeira e o cumaru. Algumas também utilizam a maçaranduba, que atende a qualidade necessária. P: Quantas indústrias existem nesse segmento? R: Em todo o Brasil são 580 empresas ativas e, portanto, com potencial de compra. Destas, 130 estão localizadas no estado de São Paulo. P: E qual é o volume de consumo médio mensal dessas empresas? R: O consumo de madeira nativa como matéria-prima gira em torno de 5 mil metros cúbicos ao mês. P: Como tem se comportado esse mercado e qual a expectativa para o futuro? R: Houve uma queda de produção nos últimos anos, por conta da crise no pais, mas este ainda é um mercado muito bom, com grande potencial de compra e possibilidade de geração de negócios volumosos. P: Quantas pessoas são empregadas, em média, nas fábricas de carrocerias? R: Podemos dizer que essa média está em torno de 30 funcionários, mas tem fábricas muito grandes que empregam até 300 pessoas e outras menores com 10. Fizemos um levantamento recente e chegamos ao total de 25 mil empregados diretamente pelo segmento. É um universo bastante representativo. P: Existe algum procedimento junto aos órgãos ambientais para utilização da madeira nativa nas fábricas? R: Sim. As empresas precisam ter um pátio cadastrado no Ibama e fazer o controle de estoque a cada seis meses. Isso é necessário mesmo que a madeira seja utilizada apenas para o consumo da indústria, não envolvendo a revenda de madeira. P: Por que esse cuidado? R: Como se trata de uma matéria-prima que tem um rígido controle ambiental, as empresas precisam conseguir comprovar a origem da madeira e, para isso, é fundamental, manter o pátio organizado e os estoques atualizados. Mais informações sobre o segmento podem ser encontradas no site da Associação Brasileira dos Fabricantes de Carrocerias de Madeira: www.abfcm.org.br Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação FNBF
Parceiros do FNBF se reúnem durante feira em São Paulo

Durante a 8ª edição da ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira, realizada em São Paulo, aconteceu uma reunião de alguns parceiros do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) para tratar da atuação conjunta em temas de interesse do setor. O momento propiciou um diálogo com a participação do presidente do Fórum, Geraldo Bento, do presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadores de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Rafael Mason, do presidente Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Paulo Roberto Pupo, e do especialista de conservação do WWF-Brasil, Ricardo Russo. De acordo com Geraldo Bento, o trabalho do Fórum é defender e representar todo o setor relacionado à atividade florestal, perante o governo federal, entidades e sociedade de uma forma geral. “Para que isso aconteça, é fundamental mantermos as parcerias afinadas”, frisou. O FNBF tem como missão, identificar e discutir questões relevantes que contribuam para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do setor de floresta brasileiro. Atualmente, 23 entidades, sediadas no Acre, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rondônia e Roraima fazem parte do Fórum. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação do FNBF
Feira de móveis e madeira em São Paulo reúne delegações de vários estados e países

Entre os dias 10 e 13 de julho de 2018, a cidade de São Paulo sediará a 8ª edição da ForMóbile – Feira Internacional da Indústria de Móveis e Madeira. A feira é considerada o principal evento de negócios para a indústria de móveis e madeira da América Latina, reunindo, em um único espaço, soluções inovadoras, ferramentas, tecnologias e informações para produtores e consumidores do setor. As rodadas de negócios promovidas durante o evento também são atrativas e prometem reunir delegações de vários estados e países durante os quatro dias de evento. Durante a ForMóbile, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) realiza a 2ª edição da Florestal Tech, onde serão apresentadas diversas informações e expostos produtos da madeira mato-grossense. A 8ª edição da ForMóbile e a 2ª edição da Florestal Tech acontecem na Expo São Paulo, localizada na Rodovia do Imigrantes, Km 1,5, em São Paulo – capital. Mais informações e inscrições pelos sites: www.florestaltech.com.br www.formobile.com.br Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação FNBF
05 de Junho — Dia Mundial do Meio Ambiente

O Dia Mundial do Meio Ambiente foi estabelecido na conhecida Conferência de Estocolmo Em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, que passou a ser comemorado todo dia 05 de junho. Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis. Nessa Conferência, que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo, iniciou-se uma mudança no modo de ver e tratar as questões ambientais ao redor do mundo, além de serem estabelecidos princípios para orientar a política ambiental em todo o planeta. Em razão da importância da conscientização e da dimensão do impacto gerado pelo homem, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que merece bastante destaque no calendário mundial. Nesta data, o Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal ressalta a importância da conservação das florestas e de toda a riqueza da sua biodiversidade. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação do FNBF
Fórum Florestal participa de feira internacional da madeira na França

Empresários do setor florestal do Brasil participam da Carrefour International Du Bois, realizada na cidade de Nantes, na França, entre os dias 30 de maio e 01 de junho. A feira é considerada uma das maiores da Europa no segmento de produtos da madeira, reunindo participantes de 80 países em 550 estandes de exposição. O presidente do Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF), Geraldo Bento, participou do evento e avaliou como extremamente positiva a presença dos empresários brasileiros. Segundo Bento, além de conhecer novos produtos e novas tecnologias, esses eventos são importantes vitrines de negócios, promovendo os produtos brasileiros para o mercado consumidor. “É muito importante a participação do setor de base florestal nas feiras internacionais, pois é nelas que circulam os principais mercados consumidores. Aqui, na França, esse mercado é imenso e por isso precisamos estar presentes sempre que possível”, disse.
VÍDEO: Brasil aproveita pouco o potencial de suas florestas, destaca especialista

Em entrevista à Agência CNI de Notícias, o engenheiro florestal Fernando Castanheira afirma que o combate ao desmatamento e o uso sustentável das florestas é importante para país cumprir metas do Acordo de Paris Apesar de ter 60% do território coberto por florestas, o Brasil aproveita pouco esse potencial econômico. Essa é a afirmação do engenheiro florestal Fernando Castanheira em entrevista à Agência CNI de Notícias. Ele, que contribuiu com o estudo “Perspectivas e Desafios na Promoção do Uso de Florestas Nativas no Brasil”, lançado recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), destacou a importância do combate do desmatamento e o fomento do uso sustentável das florestas para o Brasil cumprir metas do Acordo de Paris. “O combate ao desmatamento é uma ação necessária, mas insuficiente na redução das emissões de gases de efeito estufa”, disse. “No entanto, a promoção do uso sustentável dos recursos florestais é a melhor estratégia para manutenção da floresta em pé.” Confira o vídeo aqui Fonte: Agência de Notícias CNI
Desenvolvimento do manejo de florestas nativas ainda esbarra em falta de incentivos

O estudo Perspectivas e Desafios na Promoção do Uso das Florestas Nativas no Brasil, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), traz propostas para estimular o manejo florestal sustentável no Brasil, considerado como uma estratégia fundamental para que o País atinja as metas climáticas assumidas no Acordo de Paris. Neste cenário, a atividade florestal ganhou destaque na agenda climática mundial principalmente em países como o Brasil, que possui extensa cobertura com capacidade de geração de emprego e renda, em especial, na Região Amazônica. Para isso, segundo a CNI, a execução de bons planos de manejo florestal, com consistência econômica, ambiental e social, pode garantir o aumento da produção de madeira ao mesmo tempo em que se protege a floresta de desmatamentos e ocupações desordenadas. O estudo da CNI traz embutido a expectativa de ampliar as discussões acerca da promoção do uso sustentável dos recursos florestais nativos brasileiros, avaliando a situação atual, as perspectivas e os desafios para alcançar tal objetivo. Uma das constatações da pesquisa, é que as mudanças constantes e a complexidade do marco regulatório que tratam do manejo sustentável de florestas nativas são os principais motivos que inibem investimentos em negócios de base florestal e dificultam o cumprimento da meta estabelecida pelo Brasil no Acordo de Paris de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. As florestas nativas ocupam 456 milhões de hectares e são responsáveis por 6,36% dos produtos à base de madeira enquanto as florestas plantadas, que ocupam 7,8 milhões de hectares, representam 93,64% dessa produção. De acordo com o estudo, há um potencial de exploração economicamente viável de 30 milhões de hectares de florestas nativas. Considerando essa realidade, o Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal (FNBF) critica o excesso de burocracia e a atuação dos órgãos ambientais baseado apenas no comando e controle. Para o presidente do FNBF, Geraldo Bento, é preciso que o setor florestal seja visto como ramo potente da indústria, capaz de gerar riquezas e divisas, necessitando de investimentos para o desenvolvimento do setor. “Os empresários florestais ficam sufocados no atendimento das inúmeras exigências legais que não sobra fôlego para buscar alternativas que promovam a modernização e o desenvolvimento da cadeia da madeira com todo o potencial industrial que ela apresenta”, aponta. O FNBF defende, por exemplo, a transferência do setor de base florestal, que atualmente está ligado ao Ministério Do Meio Ambiente (MMA) para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ou Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDCI), além da criação de uma “Câmara Setorial de Floresta Nativa” e de um “Programa de Governo” para incentivar e fomentar o mercado nacional e internacional de produtos florestais. SAIBA MAIS SOBRE A PESQUISA – Faça o download do estudo Perspectivas e Desafios na Promoção do Uso das Florestas Nativas no Brasil no Portal da Indústria. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação FNBF
FNBF e AIMEX contestam estudo sobre planos de manejo no Pará

A Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (AIMEX), por meio do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) se posicionou, nesta semana, sobre o relatório ‘Árvores Imaginárias – Destruição Total’, da ONG Internacional Greenpeace, que foi notícia no jornal Folha de S. Paulo. A organização apresenta argumentos para contestar as afirmações contidas na divulgação. Cita que o Pará possuiu cerca de 90 milhões de hectares de floresta e que, nos últimos cinco anos, apenas 500 mil hectares foram explorados através de Planos de Manejo Florestal (retirada de aproximadamente 15% do total das árvores por hectare). Isso representa uma porção muito pequena e, portanto, a atividade não pode ser considerada o principal fator da perda de biodiversidade. Outro ponto criticado pela AIMEX é que dos 100 mil hectares explorados anualmente através de planos de manejo, a ONG analisou apenas 610 hectares, que correspondem a seis PMF, mas utilizou a situação para fazer acusações e generalizações de toda a atividade de base florestal no Estado. Além disso, um erro principal do relatório, apontado pela AIMEX, é o fato de não apresentar estudos científicos sobre a incidência da espécie ipê na região do Pará. A ONG afirma que “os prováveis níveis máximos naturais de incidência da espécie, em média, por hectare (ha), seria de 0,52m³. “Para a AIMEX isso é um absurdo porque em grande parte da floresta não há ipê e em outras existe mais de 10m³/ha. “Ninguém pode afirmar que na floresta amazônica tem essa incidência sem analisar in loco. Se fosse verdade, teríamos 90 milhões de hectares de floresta multiplicados por 0,52m³/ha que totalizaria 46 milhões de metros cúbicos de ipê somente no estado do Pará. Esta quantidade de metros cúbicos de madeira multiplicada por valores também fornecidos (erroneamente) no relatório do Greenpeace, de R$ 2.700,00 por m³, daria mais de 124 bilhões de dólares, o que resultaria em um número inimaginável”, argumenta a AIMEX. Chama a atenção também o fato de que existem situações a serem analisadas em concessões de florestas públicas. Existem PMFS em florestas nacionais do Pará, aprovados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com mais de 3,8m³ de ipê por hectare. E, neste caso, não são apenas 610 hectares, mas 3,3 mil hectares de florestas em questão. Essas não foram analisadas pela ONG. A AIMEX também ressalta os investimentos em monitoramento da exploração florestal ocorridos no Pará nos últimos quatro anos, que municiaram o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (SISFLORA), da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado (SEMAS-PA), de ferramentas e tecnologias mais aprimoradas do que o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (SINAFLOR), do IBAMA. “Esse é o principal motivo de o Estado usar o SISFORA ao invés do sistema nacional. Mato Grosso e Pará usam um sistema muito eficiente”, diz a AIMEX. Por fim, a Associação denuncia a pressão comercial internacional feita pela ONG que ameaça compradores a desistirem de negociações com empresários florestais do Pará. Para o presidente do FNBF, Geraldo Bento, não é aceitável que a comercialização de produtos florestais brasileiros seja prejudicada no mercado internacional em função de publicações mal-intencionadas que, na maioria das vezes, não condiz com a realidade. “O setor de base florestal está cada vez mais organizado e exerce, com isso, papel fundamental na manutenção da floresta viva, e na geração de emprego e divisas”, finaliza Bento. Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação FBNF
FNBF participa de reunião sobre manejo e conservação das florestas na Amazônia

O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) participou, nesta quarta-feira (27), em Brasília, de uma reunião promovida pela Coalizão Clima, Florestas e Agricultura que dialogou sobre o manejo e a conservação das florestas na Amazônia. O evento debateu, principalmente, as oportunidades e gargalos para a concessão de florestas públicas no Brasil, instrumento criado há 11 anos, pela Lei 11.284/2006, mas que ainda enfrenta muitos dilemas para sua real implementação. Um dos maiores desafios da Amazônia é conciliar a geração de empregos e renda e a conservação da floresta. E, neste cenário, a destinação dessas áreas para a exploração através de planos de manejo sustentável é apontado como um caminho inevitável. Contudo, a pressão do desmatamento ilegal, que corrompe a imagem da atividade e contamina o mercado, ainda é uma barreira a ser vencida. O representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Paulo Carneiro, relembrou que as unidades de conservação foram criadas para barrar o desmatamento, mas que, atualmente, sofrem grande pressão e são alvos constantes de exploração ilegal. “A pressão é maior em áreas que estão para serem concessionadas, onde o corte seletivo é maior do que o corte raso. O desafio é mostrar que o manejo é a opção mais viável para a conservação dessas áreas”, afirmou. O diretor de proteção ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Luciano Evaristo, concorda com a afirmação. “Se tem uma coisa que a gente ainda acredita é isso”. Contudo, pondera Evaristo, é preciso reforçar os mecanismos de controle e fiscalização, especialmente o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (SINAFLOR), que deve ser implementado em todos os estados da Amazônia. “Sem isso, a ilegalidade na exploração florestal vai continuar”, afirma. De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), o Brasil possuiu 311 milhões de hectares de florestas públicas e, até 2016, pouco mais de 1 milhão de hectares estava sob concessão. “Existem técnicas de impacto reduzido e ferramentas de rastreabilidade que garantem a sustentabilidade da atividade desde a origem até o comprador final. Então, não tem motivos para não fazer”, afirmou Marcus Vinícius, do SFB. Mas, para que isso aconteça efetivamente, segundo o presidente do SFB, Raimundo Deusdará Filho, é necessário romper as barreiras administrativas que demandam entre três a quatro anos apenas em tramitações entre os órgãos públicos federais para fazer uma única concessão. O diretor executivo da Coalizão, Marcelo Furtado, sugeriu ampliar esse debate envolvendo as frentes parlamentares do agronegócio e do meio ambiente, principalmente como forma de convencimento do Ministério Público Federal, que ainda se manifesta contrário às concessões por entender que a atividade madeireira é lesiva. “As florestas públicas não destinadas custam caro. Precisamos fazer um esforço entre setores de governo, privado e universidades para convencer a sociedade de que essa é uma ação necessária”, disse Furtado. Uma das formas de promover esse convencimento, para o diretor do Departamento de Florestas e Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Jair Schmitt, é dar transparência aos dados do SINAFLOR. “Os estados precisaram aderir ao sistema e implementar as medidas de fiscalização e controle”. Por outro lado, também houve uma grande discussão sobre a falta de mercado para a madeira certificada e oriunda de planos de manejo florestal sustentável. Tanto a Amata, empresa brasileira que possui concessão florestal, quanto a Precious Woods, empresa Suíça que atua com manejo florestal sustentável de impacto reduzido em área privada, falaram da dificuldade de acesso ao mercado nacional por conta da competitividade desleal gerada por produtos oriundos de práticas ilegais. “No final, o que o comprador quer é preço. E eu não consigo vender para o mercado interno pelo preço oferecido no mercado ilegal. Não dá para competir”, revelou o representante da Precious Wood, Jeanicolau Lacerda. Uma possibilidade de melhorar essa situação pode ser aberta com a entrada em vigor, ainda em abril, do decreto do governo federal que inclui a madeira, oriunda de áreas de manejo florestal sustentável e de reflorestamento, no programa de compras da administração pública. O decreto inclui o produto na lista de critérios técnicos e práticas sustentáveis que podem ser exigidos nas licitações de órgãos da administração direta e indireta. Pelo fato de que a questão da competitividade e comercialização da madeira legal sustentável requer uma discussão mais aprofundada, como encaminhamento ficou a sugestão de que a próxima reunião da Coalizão seja construída com essa abordagem, incluindo convites para o setor privado e para a Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN). Daniela Torezzan – Assessoria de Comunicação FNBF
Porque manejar as florestas naturais amazônicas significa conservá-las

A madeira oriunda de florestas naturais é a principal fonte de arrecadação de recursos e de geração de empregos em muitos municípios da Região Amazônica, sendo decisivo que o manejo seja implementado de forma sustentável, para a manutenção dessa atividade em longo prazo. Assim, extrações sustentáveis são importantes para a manutenção da continuidade do desenvolvimento regional. Para os produtores de madeira de florestas naturais é importante saber o método adequado para o planejamento da extração no primeiro ciclo, de forma a garantir uma recuperação de volume de madeira semelhante para exploração no ciclo seguinte. Para os órgãos fiscalizadores, por sua vez, também é importante que as extrações de madeira não comprometam o potencial produtivo das espécies comerciais de determinada região. Lacunas no conhecimento sobre o manejo sustentável, como embasamento científico, têm acarretado legislações restritivas que dificultam seu avanço técnico. O manejo florestal tem sido severamente criticado nos últimos anos devido a confusões conceituais relacionadas à produção madeireira. São frequentes imagens de área após corte raso associadas de forma equivocada ao manejo florestal. Existe também a confusão entre manejo florestal e exploração sem planejamento e/ou ilegal. No entanto, o manejo florestal é provavelmente a atividade de uso da terra mais fiscalizada e monitorada. Cada árvore passível de manejo é localizada no terreno em mapa que informa suas coordenadas, sendo identificada botanicamente e suas dimensões aferidas. O órgão fiscalizador pode a qualquer momento verificar junto ao produtor, onde, quando e se a árvore será manejada. Além disso, pode também conferir o estoque previsto para exploração, visando garantir a recuperação dessa extração no futuro. O manejo de florestas naturais é a única atividade relacionada ao uso da terra que mantém a cobertura florestal praticamente intacta. Pouca gente sabe que, em média, 88% das árvores de uma área sob manejo são mantidas na área. As normas de manejo são bem claras: só é permitido cortar árvores com mais de 50 cm de diâmetro. Isto implica que somente 12% da estrutura podem ser cortados, pois a maioria das árvores em uma floresta natural está abaixo desta classificação. Esta é a principal vantagem direta do manejo florestal: mantém a floresta praticamente intacta. Fato concreto e já observado cientificamente é que em áreas mantidas como florestas (ou seja, onde não houve sua remoção mediante corte raso) e que foram exploradas sob manejo, ou mesmo sofreram retiradas eventuais de árvores visando seu uso na manutenção ou construções na própria propriedade rural, continuam com padrões semelhantes ao que possuíam 40 anos atrás. As mesmas espécies exploradas no passado continuam com o mesmo padrão estrutural. Como é feito Os talhões de manejo (compartimentos das “áreas de exploração anual”) na Amazônia variam de 500 a 1.000 hectares e os ciclos de 25 a 35 anos. Isto significa que, em média, áreas com mais de 500 hectares ficarão em “pousio” (repouso referente ao ciclo) por no mínimo 25 anos! Imagine os benefícios e proteção que isto pode trazer para a fauna e biodiversidade local? A área torna-se praticamente um “santuário” para a fauna durante 25 anos! E quando houver nova intervenção, esta será de poucos meses, pois é o período normal das atividades anuais de manejo no talhão em exploração. Além disso, existem técnicas chamadas “exploração de impacto reduzido”, as quais reduzem muito os danos eventuais, causados à floresta pela exploração. A Embrapa tem participado no desenvolvimento e aprimorado de técnicas de exploração de impacto reduzido nos últimos anos, em resposta à crescente demanda da sociedade. Algumas questões são levantadas, como por exemplo, se haveria erosão genética na floresta explorada segundo estas normas. Vários trabalhos já avaliaram que o manejo não causaria esta perda, pois a exploração normalmente ocorre em diâmetros que são obtidos somente por árvores mais velhas, ou seja, na faixa de culminação do desenvolvimento da população da espécie considerada. Se forem avaliadas árvores com mais de 50 cm será possível observar que, dependendo da espécie, haverá amento proporcional de podridões, ocos e problemas fitossanitários nas árvores. Ou seja, elas já atingiram seu apogeu e agora iniciam sua fase de senescência, ou seja, decrepitude. Portanto, sua remoção não colocará em risco a recuperação futura da floresta manejada. Porque manejar Uma floresta natural sem manejo é um caos onde várias espécies de diferentes dimensões competem por espaço vital, principalmente buscando mais luz. Várias espécies têm sua regeneração natural dificultada devido ao pouco acesso à luz, ocasionado por árvores muito maduras, com copas grandes e já em avançado estado de velhice. Estas árvores velhas podem comprometer a regeneração e o desenvolvimento das mais jovens, as quais ficam em permanente estado de supressão. Este ciclo é quebrado até que a queda de uma árvore abra uma clareira. Com isso, possibilita a germinação e o crescimento das novas mudas. A baixa regeneração nas classes menores pode ser verificada em várias estruturas de espécies em florestas primárias. Portanto, a remoção das árvores mais velhas pode favorecer a regeneração das espécies arbóreas e ser a garantia de sua manutenção. Além disso, estudos informam que as florestas secundárias capturam carbono aproximadamente 10 vezes mais que florestas primárias. O que diz a legislação e a ciência A legislação florestal, busca a preservação das florestas. No entanto é fechada, definindo intensidades de exploração de maneira genérica e arbitrária, de acordo com critérios únicos para espécies de diferentes grupos ecológicos, estruturas na floresta e ritmos de crescimentos distintos. Isto pode surtir efeito negativo, podendo pôr em risco a sustentabilidade almejada. É evidente que o manejo de florestas naturais é uma atividade complexa e que muitas melhorias podem ser acrescentadas. Por exemplo, ainda são poucos os dados disponíveis sobre o padrão de crescimento de espécies comerciais e, consequentemente, do ciclo ideal de corte que deve ser utilizado. Quando os ciclos, limites de diâmetro de corte e taxas de extração são genéricos, pode-se acertar para algumas espécies, mas errar para a maioria. Todas estas variáveis deveriam ser determinadas cientificamente por espécie ou grupo de espécies. Por exemplo, analisemos a questão do diâmetro limite de corte. Cada espécie possui um diâmetro onde