Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal pede ajuda do Ibama na integração dos sistemas
O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) o apoio do órgão federal na integração do sistema estadual, o Sisflora 2.0, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) com o Documento de Origem Florestal (DOF+). De acordo com o fórum, que congrega 24 entidades e mais de 3,5 mil empresas, as mudanças geraram uma série de dúvidas ao setor e têm provocado insegurança nos produtores, nas indústrias e nos consumidores dos produtos.
Diretor do FNBF, Ednei Blasius, participou de uma reunião com servidores do Ibama em Brasília para apresentar os questionamentos gerados no processo de integração. Ele protocolou um ofício, assinado pelo presidente da entidade, Frank Rogiéri de Souza Almeida, que aponta os problemas enfrentados pelos produtores de Mato Grosso atualmente. “Reconhecemos os esforços do Ibama para promover a eficiência no controle da comercialização da madeira nativa. Mas a integração tem causado problemas e precisamos que a cadeia produtiva do setor de base florestal seja conduzida com transparência”, afirmou Almeida no documento.
Um dos problemas verificados trata do prazo para homologação dos novos pátios das empresas localizadas em outros estados brasileiros, processo que pode demorar até 60 dias. Isso ocorre depois que os produtores já enfrentaram diversas dificuldades na migração do saldo de madeiras em maio deste ano, com a mudança do Sisflora 1.0 para o 2.0. Sem a homologação dos pátios, os clientes não podem receber a mercadoria. “Tal situação fatalmente levará dezenas de empreendimentos à falência”, informa Frank no ofício.
Outra situação enfrentada pelos produtores são apreensões e até mesmo o perdimento de cargas de madeiras por alteração na rota de transporte, mesmo que os locais de saída e destino sejam os mesmos. “Existem inúmeras situações que podem causar alterações das informações da rota, para qualquer usuário das rodovias brasileiras, como a falta de infraestrutura das pistas, imprevistos com acidentes, alagamentos, pane no caminhão, enfim. Isso precisa ser levado em consideração”, explica o presidente do FNBF.
A migração dos sistemas também tem gerado problemas nos cadastros dos veículos transportadores, na consulta aos cadastros dos clientes e na insuficiência de espaço físico das empresas para a separação dos estoques. “Precisamos de um retorno por parte do Ibama e seguiremos comprometidos em colaborar com os órgãos ambientais. Nosso compromisso segue inalterado, o de trabalhar para a melhoria contínua da gestão florestal brasileira”, finaliza Frank.