Arquitetos, ambientalistas e madeireiros participam de evento para discutir manejo florestal
O Fórum Nacional da Base Florestal (FNBF) realizou nesta quarta-feira (8) o evento um evento que reuniu quase 200 arquitetos, ambientalistas e madeireiros do país todo para discutir os benefícios do manejo florestal.
“A nossa madeira é oriunda do manejo florestal sustentável, contribui efetivamente para a preservação e conservação das florestas brasileiras, respeitando a fauna, a flora e preservando nossas águas. A confusão do desmatamento ilegal com manejo florestal sustentável leva muitos profissionais da área de arquitetura, urbanismo, engenharia a não indicarem o uso da madeira nos projetos para não contribuir com o desmatamento da Floresta Amazônica, e isso não tem nada a ver. O nosso setor é uma das molas propulsoras, um dos pilares da manutenção, da conservação das florestas, por meio do manejo florestal sustentável”, destacou o presidente do FNBF, Frank Rogieri de Souza Almeida.
Segundo ele, dentre os gargalos do setor florestal estão a falta de linha de crédito para um setor competitivo e que mantém a floresta de pé e a a confusão entre quem produz legalmente a madeira e os grupos criminosos que promovem o desmatamento ilegal.
“A falta de ação mais contundente do estado brasileiro causa prejuízo a imagem do setor e sensibiliza a relação comercial com o mercado externo”, completou.
Uma das razões para a realização do evento “Madeira Sustentável: O futuro do mercado”, no dia 08 de março, no Boulevard JK, em São Paulo, foi justamente levar mais conhecimento aos arquitetos, engenheiros, designers de interior, lojistas que vendem madeira nativa, professores e estudantes sobre a manutenção das florestas e esclarecer dúvidas.
De acordo com o setor, as atividades do setor florestal empregam mais de 738 mil pessoas, o que representa 1,5% do registro de empregos formais no país, conforme os dados do Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF).
Brasil tem capacidade de dobrar produção de madeira com manejo sustentável
Foi mostrado também que o Brasil tem 489 milhões de hectares de floresta, deste total 334 milhões encontram-se dentro do bioma da Amazônia. Próximo a 58% do território brasileiro é coberto por floresta nativa.
O país corresponde a 39% das florestas tropicais no mundo, mas são produzidos dentro do país apenas 10% do consumo de madeira tropical. Destes 10% produzidos, 3% são exportados.
Mato Grosso é responsável por 85% da produção sustentável de madeira no país, seguido do estado do Pará, com 28,2% e Rondônia, 19,8%, conforme as informações do Ibama.
“Somente Mato Grosso tem a capacidade de dobrar a produção do setor florestal sustentável e ser a principal ferramenta de combate ao desmatamento ilegal. Atualmente são 3 milhões de hectares de produção e com capacidade para atingir 6 milhões até 2030. Ao todo são 6 mil empreendimentos e cerca de 2 mil indústrias, principal base econômica de 44 municípios” afirmou Rafael Masson, presidente do Cipem.
Além de Frank Rogieri, fizeram uso da palavra a secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, Rafael Mason, o arquiteto Roberto Lecomte da Casacerta Arquitetura, de Brasília (DF), que falou sobre o uso da madeira na arquitetura e construção e o arquiteto e designer Marcelo Aflalo, do Núcleo da Madeira de São Paulo, que palestrou sobre as estruturas em madeira nativa e o projeto como pesquisa.
O Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF) congrega 23 entidades do setor florestal brasileiro sediadas em diversos estados, somando mais de 3.500 empresas associadas.