Jornal Valor Econômico aponta dificuldades para promoção de manejo florestal sustentável em MT
Para isso, representantes do setor buscam difundir informações sobre a atividade e os benefícios da utilização de madeira explorada de forma sustentável.
No ano passado, as atividades de manejo florestal sustentável desenvolvidas no Brasil foram destacadas durante painel realizado na 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26), que ocorreu em Glasgow, na Escócia.
“O desmatamento não interessa em nada para nós. Precisamos esclarecer às pessoas que o Brasil é a maior potência florestal do mundo. Somos ferramentas para manter a floresta preservada, agregando valor e gerando renda, monetizando a floresta para que ela se regenere e seja mais eficiente em sequestro de carbono”, afirma à publicação o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Frank Rogerieri.
De outubro a dezembro de 2021, o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem) e o FNBF participaram da 29ª mostra Casa Cor Brasília 2021, um dos maiores eventos de arquitetura e design de interiores do Brasil.
As entidades apresentaram um Home Office sustentável, um ambiente construído no jardim de casa, com madeiras nativas da Amazônia, oriundas de manejo florestal sustentável. “A construção teve pegada positiva de carbono”, destaca o jornalista.
“Com 50 metros quadrados, a proposta foi desenvolvida e idealizada pelo arquiteto Roberto Lecomte e pela designer de interiores Sheila Beatriz e buscou aliar os conceitos de saúde, conforto e sustentabilidade ao ambiente de trabalho contemporâneo”, continua.
À reportagem, Roberto Lecomte explica que a estrutura utilizada é pré-fabricada e possibilita sucessivas montagens, com zero geração de resíduos. Outros benefícios da madeira citados pelo arquiteto são o isolamento térmico e o efeito estimulante sensitivo causado pelo material, gerando bem-estar.
Acesso à crédito – Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo setor de base florestal e apontadas na reportagem é a falta de linhas de financiamento para a atividade de manejo florestal sustentável.
Segundo o presidente do FNBF, Frank Rogerieri, o setor tem restrição de crédito, pois muitos bancos têm medo de fazer negócio com o setor e se associar ao desmatamento da Amazônia. “Alguns têm norma interna para não financiar a indústria madeireira”, relata.
Como alternativa, o setor busca capital de giro nas condições de mercado, com taxas mais caras e prazos mais curtos. O financiamento é feito com recursos próprios, de cooperativas ou das indústrias madeireiras.
Repercussão nacional – Esta é a segunda reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico sobre as atividades realizadas pelo setor de base florestal. Na edição da última segunda-feira (24), o periódico destacou a liderança do estado de Mato Grosso na produção de madeira legal, bem como os benefícios ambientais e econômicos gerados pela atividade.
Confira aqui a íntegra da reportagem desta quarta-feira (26).
Clique aqui para ler a reportagem publicada na segunda-feira (24).