Ambiente feito com madeira de manejo florestal sustentável é destaque na Casa Cor Brasília 2021
Seis espécies de madeira foram utilizadas na construção do projeto, que permanece em exposição até o dia 12 de dezembro
Um ambiente construído com madeiras nativas da Amazônia, oriundas de manejo florestal sustentável, tem sido um dos grandes destaques da 29ª mostra Casa Cor Brasília 2021, que acontece de 26 de outubro a 12 de dezembro, na 904 Sul.
O projeto, denominado Wood Office Cipem, é um Home Office construído no jardim de casa. Com possui aproximadamente 50 m², a proposta foi desenvolvida e idealizada pelo arquiteto Roberto Lecomte e pela designer de interiores Sheila Beatriz e buscou aliar os conceitos de saúde, conforto e sustentabilidade ao ambiente de trabalho contemporâneo.
A estrutura é pré-fabricada e possibilita sucessivas montagens, com mínima geração de resíduos, soluções construtivas e ventilação natural e cruzada.
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Ao explicar os motivos que o levaram a escolher a madeira como matéria-prima do projeto, o arquiteto Roberto Lecomte diz que o material “tem comprovadamente um efeito muito positivo sobre o bem-estar e transmite uma sensação de aconchego”.
“Buscamos a madeira amazônica porque ela tem realmente um diferencial, que é a cor, a textura, é a riqueza da variedade. Nós utilizamos o Tauari, o Roxinho, a Garapera, a Cacheta, o Cumaru, o Garrote, várias espécies e cores”, conta.
Lecomte destaca ainda o fato de que, sendo uma obra em madeira, ela estoca carbono. “Para cada metro cúbico usado, há algo em torno de uma tonelada de carbono estocado, ou seja, um ambiente de madeira é um ambiente ecologicamente correto, é amigável com o meio ambiente. Os materiais de origem mineral, como metal e concreto, emitem carbono na sua fabricação, no seu uso, enquanto a madeira não”, ressalta.
O arquiteto acredita que a madeira é o grande material de construção do século XXI, por ser renovável. Diferentemente dos materiais de origem mineral, a madeira pode ser plantada e substituída.
O projeto Wood Office Cipem foi financiado pelo Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), com apoio do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF).
“O projeto é o resultado final de um investimento em preservação de floresta, agregação de valor, distribuição de renda e sequestro de carbono, então demonstra a sustentabilidade do uso da floresta nativa de forma racional, de forma eficiente. A exibição desse ambiente na Casa Cor Brasília 2021 está sendo uma grande oportunidade para divulgarmos ao mundo o manejo florestal sustentável como uma grande ferramenta de preservação ambiental”, afirma Frank Rogieri, presidente do FNBF.
Manejo sustentável – O manejo florestal sustentável garante a conservação do meio ambiente e da biodiversidade, além de contribuir para o sequestro de carbono, diminuindo os impactos do efeito estufa.
Colabora ainda para a redução das queimadas e do desmatamento ilegal e promove geração de emprego para as populações locais. Atualmente, quase 600 mil pessoas trabalham com o manejo no Brasil.
“Quando a árvore é jovem, ela ajuda no sequestro de carbono. Ela tira gás carbônico da atmosfera e transforma em oxigênio, através do processo de fotossíntese. Quando ela fica velha e morre, faz o processo inverso, liberando gás carbônico na atmosfera”, explica Frank Rogieri.
O manejo sustentável de uma floresta consiste na retirada de árvores maduras, que estocam grandes volumes de carbono em sua biomassa, evitando que elas morram e se tornem fontes de emissão de carbono.
Todo o processo de manejo florestal é monitorado por satélites e atende às regras estabelecidas pelo código florestal brasileiro, como a que permite a retirada de apenas 8 árvores maduras em uma área equivalente a um campo de futebol.
Depois que o plano é executado, a área é isolada para que as árvores que foram retiradas deem espaço a uma nova vegetação, garantindo assim a renovação da cobertura vegetal e a manutenção da biodiversidade.