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ARTIGO: Plantar responsabilidade no presente e colher bons frutos no futuro

Dia da Árvore

fnbf-dia-da-arvoreDatas comemorativas sempre nos remetem a buscar no fundo no baú das memórias o que elas representaram em nossas vidas ou se de alguma forma nos levam questionamentos ou reflexões. Hoje, 21 de setembro, Dia da Árvore, é um dia que me faz pensar sobre todos esses significados da árvore na linha de nossa existência.

 

No Brasil, o Dia da Árvore é comemorado em 21 de setembro em função da proximidade da primavera, que tem início no dia 23. É nesta estação que as árvores ficam repletas de folhas verdes e, em muitas delas, surgem lindas flores. Conscientizar as pessoas sobre a importância das árvores para o meio ambiente e melhoria da qualidade de vida é o principal objetivo da data.

 

Entendendo isso não é difícil ligar aquilo tudo que vimos durante nossa vida sobre matas, florestas, desmatamento – e tantos outros assuntos relacionados – ao que se pratica atualmente.

 

Num determinado momento da história percebemos que para criar cidades e desbravar novas áreas a ordem era abrir clareiras nas florestas. Ali, as árvores deram lugar ao desenvolvimento de tantas cidades. Curiosamente, isso aplica-se à história de Mato Grosso, na “Marcha para o Oeste”, projeto dirigido pelo governo Getúlio Vargas no período do Estado Novo, para ocupar e desenvolver o interior do Brasil. É público e notório entre os pioneiros que o Governo Federal oferecia vários atrativos para as famílias trocarem o Sul e Sudeste do país pelo Centro-Oeste.

 

A ordem era que em um curto prazo de tempo a região composta por árvores desse lugar às edificações urbanas, surgindo assim as 40 primeiras cidades de Mato Grosso.

 

Na região do Rio Arinos, outra ordem estabelecida era que os pioneiros limpassem completamente o que hoje conhecemos como mata ciliar. Segundo os mesmos, o Departamento Nacional de Saúde creditava à mata próxima ao rio as doenças como a malária, que ceifou muitas vidas à época.

 

Não precisamos ir muito longe em nossas memórias, para nos lembrarmos de fatos ligados à nossa infância relacionados a abertura deliberada de grandes áreas para pastagens e lavoura. Era determinante desenvolver a qualquer custo, conforme o slogan da Marcha, o “integrar para não entregar”. Porém os tempos mudaram, o desenvolvimento ainda é necessário, mas agora associado ao princípio do desenvolvimento sustentável.

 

Hoje a palavra de ordem é “conservação”, que de forma simples traduz-se em “usar com racionalidade os recursos naturais”, em especial aquela que hoje vive seu dia de comemoração – a árvore.  E uma das formas que melhor representa um uso sustentável das árvores é a atividade de manejo florestal sustentável.

 

Por meio do manejo florestal sustentável oferta-se ao mercado consumidor um produto de alta qualidade, durabilidade, resistência e renovável, ou seja, traduz o que o mundo espera de comportamento em relação às florestas.

 

É exatamente nesse eixo que entra o setor produtivo da cadeia da madeira, uma parcela forte da indústria, com cunho desenvolvimentista e empreendedora da economia que atua diretamente ligada às florestas, com a clara consciência que a roda da evolução vai parar de girar se a consciência da conservação não imperar. 

 

E esse é nosso papel: fomentar a economia industrial florestal e toda a sua cadeia produtiva, com atitudes conservacionistas, de forma a manter nossas florestas em pé.

 

Vale mencionar que não se discute a importância das áreas de pastagens e de agricultura, mas também a florestal em pé.

 

O setor de base florestal nacional tem atualmente um sistema de inteligência que busca aperfeiçoar, apurar, otimizar e promover melhoramento dos entes envolvidos com a floresta, de maneira tal que a produção seja sustentável no presente e para as futuras gerações, pois é esse legado que deixaremos para nossos filhos, netos…

 

Hoje é sim um dia de plantar árvores e ensinar aos nossos pequenos (nosso futuro) a importância de conservar, mas mais que isso, é um dia de fundamentar inteligentemente estratégias que garantam a sustentabilidade de nossas florestas e as mantenham cumprindo seu papel de gerar vidas!

 

*GERALDO BENTO

Empresário do setor de base florestal em Juína (MT), presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal e diretor da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeiras do Estado de Mato Grosso (Cipem)